Carnaval na taba
Carnaval – momento de o povo se alegrar. Nem todos gostam da festa. Não tenho nada contra, não.
Gosto da folia. E aprecio as músicas. São bacanas.
Até hoje ouço por aí a “Cabeleira do Zezé” nas rádios, bailes, bares, carros som.
Recordo de uma marchinha homenageando Brigite Bardot, a atriz francesa. Ainda está viva, creio.
Também a Jardineira – “Ó jardineira por que estás tão triste, mas o que foi que te aconteceu”....?
Lembro – quando ficamos velhos vivemos de recordações – os tempos passados, tempo de garoto.
Os blocos de sujo. Quase todos os bairros, periféricos e do centro da cidade – tinham os seus. Eram pessoas animadas, descontraídas. Fui mais de apreciar os brincantes.
Creio que pela timidez não me expunha.
No domingo de carnaval eles, blocos, saíam. Iam para o Largo de Nazaré (Belém).
Gente vestida de macaco, máscaras de Drácula, Frankenstein, máscaras de monstros. Outros vestidos de mulher.
Vi um, até hoje lembro, vestido de bebê – touca na cabeça, fralda e mamadeira. Dentro dela (mamadeira) bebida alcoólica, acho que batida.
De vez em quando o “bebê” dava uma talagada. Era assim, brincadeira simples, bem pouca violência, mais descontração.
Hoje – antes também – me atrai as escolas de samba. As do Rio e SP. As vejo pela TV. Gosto dos sambas-enredos, são bem feitos, letras inteligentes, ritmos agradáveis.
Nomes de alguns blocos, engraçados, como “Só Entra Melado”, “Xiri Relampeando”, “O Corno Ficou em Casa”, “Larga Minha Cobra”, “Não Dou o Meu Coati”, “Macaco Assanhado” .
Neste tempos atuais o carnaval é atrativo negócio. Venda de abadás., de camarotes, gente querendo aparecer.
Uma festa popular elitizada. Igual ao futebol.
Prefiro os blocos de sujo, eles são mais autênticos, mais animados. São a cara do Carnaval.