CASCATA(S)
Mariazinha, no auge dos seus quinze anos, nunca tinha vivenciado, ao vivo e em cores, uma cascata real. Já tinha ouvido falar algo acerca dos efeitos mágicos de quem chegou desacompanhado perto de uma delas, mas, mesmo assim, gostaria de conhecê-la.
O namorado dela, o primeiro por sinal, um rapaz de aparência sóbria e de uma educação polida, tinha um vocabulário refinado e uma elegância no vestir-se apenas vista em pessoas nascidas em berço de ouro. Era um jovem capaz de fazer inveja a qualquer Lorde, desses narrados nos contos da antiguidade inglesa.
Mariazinha, realmente, nunca tinha visto uma cascata na sua nascente. Conhecia apenas aquelas imagens, mostradas pela televisão, nas comemorações da chegada do Ano-Novo. Tinha visto outra forma de cascata, uma cascata de luzes, aquela que é formada por um conjunto de artifícios de iluminação, onde as centelhas de fogos ou arranjo ornamental fazem lembrar (para quem já a conhece) uma queda-d’água verdadeira.
Ela que foi nascida e criada no ambiente urbano de uma cidade grande, nunca viajou para a zona rural. Não conhecia uma cascata real, que é uma pequena queda-d’água em que a água muitas vezes escorre por entre as pedras. Ela estava fascinada. Queria conhecer de perto o seu nascedouro e de preferência, acompanhada.
João Santos Só, nome completo do seu pretendente, se comprometeu levá-la o mais rápido possível para conhecer a fazenda dos pais dele e lá, com certeza, sua namorada iria conhecer de perto, na companhia dele, evidentemente, o que era uma cascata, ao vivo e em cores.
No dia e horário combinados ele apareceu na frente da casa dela, num carrão estiloso, sendo que o automóvel não lhe pertencia e nem era de seus familiares. Para tê-lo consigo, tinha despendido um valor considerável numa locadora de luxo e ali ele se comprometeu a pagar o montante em suaves prestações por meio de seu cartão de crédito.
Sem muita delonga, rumaram felizes para a tal fazenda. Pararam em vários locais, até então desconhecidos por ela, antes de chegarem ao local prometido. Entardeceu e logo anoiteceu. Pararam num lugar chique, que mais parecia um motel e foi ali que ela percebeu que o tal lugar paradisíaco prometido por ele nunca existiu.
Ela já tinha desconfiado que ele estava andando em círculos e que talvez ela tivesse acabado de cair numa cilada. Era tudo conversa fiada, tudo lorota do seu namorado. Na verdade, ela tinha acabado de conhecer uma cascata, só que era no sentido figurado da palavra.
Relutou para não entrar com seu namorado naquele ambiente luxuoso e por pouco ela não caiu da cama, antes de ser surpreendia por sua mãe que a acordou para que ela em seguida fosse para a escola.
- Filha, parecia que você estava tendo um pesadelo – disse sua mãe, tentando enxugar parte de sua testa que estava meio suada.
Prontamente ela confirmou as suspeitas de sua mãe. Reconheceu que, de fato, ela tinha dormido demais e que já estava atrasada.
Tomou um banho, vestiu seu uniforme escolar e em seguida tomou um cafezinho, tudo às pressas, e rumou a pé para sua escola que ficava a cerca de duas quadras de sua residência.
O namorado dela, o primeiro por sinal, um rapaz de aparência sóbria e de uma educação polida, tinha um vocabulário refinado e uma elegância no vestir-se apenas vista em pessoas nascidas em berço de ouro. Era um jovem capaz de fazer inveja a qualquer Lorde, desses narrados nos contos da antiguidade inglesa.
Mariazinha, realmente, nunca tinha visto uma cascata na sua nascente. Conhecia apenas aquelas imagens, mostradas pela televisão, nas comemorações da chegada do Ano-Novo. Tinha visto outra forma de cascata, uma cascata de luzes, aquela que é formada por um conjunto de artifícios de iluminação, onde as centelhas de fogos ou arranjo ornamental fazem lembrar (para quem já a conhece) uma queda-d’água verdadeira.
Ela que foi nascida e criada no ambiente urbano de uma cidade grande, nunca viajou para a zona rural. Não conhecia uma cascata real, que é uma pequena queda-d’água em que a água muitas vezes escorre por entre as pedras. Ela estava fascinada. Queria conhecer de perto o seu nascedouro e de preferência, acompanhada.
João Santos Só, nome completo do seu pretendente, se comprometeu levá-la o mais rápido possível para conhecer a fazenda dos pais dele e lá, com certeza, sua namorada iria conhecer de perto, na companhia dele, evidentemente, o que era uma cascata, ao vivo e em cores.
No dia e horário combinados ele apareceu na frente da casa dela, num carrão estiloso, sendo que o automóvel não lhe pertencia e nem era de seus familiares. Para tê-lo consigo, tinha despendido um valor considerável numa locadora de luxo e ali ele se comprometeu a pagar o montante em suaves prestações por meio de seu cartão de crédito.
Sem muita delonga, rumaram felizes para a tal fazenda. Pararam em vários locais, até então desconhecidos por ela, antes de chegarem ao local prometido. Entardeceu e logo anoiteceu. Pararam num lugar chique, que mais parecia um motel e foi ali que ela percebeu que o tal lugar paradisíaco prometido por ele nunca existiu.
Ela já tinha desconfiado que ele estava andando em círculos e que talvez ela tivesse acabado de cair numa cilada. Era tudo conversa fiada, tudo lorota do seu namorado. Na verdade, ela tinha acabado de conhecer uma cascata, só que era no sentido figurado da palavra.
Relutou para não entrar com seu namorado naquele ambiente luxuoso e por pouco ela não caiu da cama, antes de ser surpreendia por sua mãe que a acordou para que ela em seguida fosse para a escola.
- Filha, parecia que você estava tendo um pesadelo – disse sua mãe, tentando enxugar parte de sua testa que estava meio suada.
Prontamente ela confirmou as suspeitas de sua mãe. Reconheceu que, de fato, ela tinha dormido demais e que já estava atrasada.
Tomou um banho, vestiu seu uniforme escolar e em seguida tomou um cafezinho, tudo às pressas, e rumou a pé para sua escola que ficava a cerca de duas quadras de sua residência.