Eu e a Internet
Dia desses, lendo minhas mensagens via Internet, acabei me envolvendo com uma correspondência anexada do meu amigo e ex-professor José Faganello, em que me premiou com a leitura do seu artigo “Subjuntivo”. Artigo esse, em que o Professor Faganello descreve em minúcias a importância de conjugar corretamente o verbo, e os freqüentes deslizes em seu uso, para a grande maioria dos brasileiros.
Escreve ele um fato ocorrido com a sua esposa Márcia ao lecionar o idioma de Cervantes _ o castelhano_ contando das particularidades das línguas neolatinas e das dificuldades encontradas por todos os seus usuários.
Um dos alunos, encontrando enorme complicação para compreender a conjugar, faz com que a professora procure esclarecer o presente do subjuntivo através de um exemplo, como: “Espero que lute por nossos direitos; acredito que esteja do nosso lado”.
Já com pretérito imperfeito do subjuntivo ela exemplifica: “Eu teria uma vida melhor se o Brasil não tivesse maus políticos”.
O futuro do subjuntivo indica hipótese futura: “Quando começarmos a votar melhor, viveremos bem”.
Quando acabou de ensinar perguntou ao aluno se ele havia entendido a sua explicação. A resposta foi pronta: Sim, entendi que o subjuntivo é o verbo adequado aos nossos políticos.
Aqui abro um espaço para uma informação relevante a todos os usuários da rede, e que foi descrita em uma conferência. Alain Rouquié, embaixador da França no Brasil apresentou um quadro sombrio sobre a presença das línguas latinas na grande rede.
As línguas latinas representam uma população de oitocentos milhões de pessoas (treze por cento da população mundial). Os países que falam o inglês representam seiscentos e trinta milhões de pessoas (dez por cento da população mundial).
No entanto, um estudo feito pela Agência da Francofonia e pela União Latina, revela que 75% de presença na Internet é marcada pela língua inglesa. Rouquié, então, explica da necessidade de uma atitude política quanto à defesa das línguas latinas, assinalando que a defesa do idioma está associada à defesa da diversidade cultural e das identidades nacionais e do perigo da uniformização estabelecida pelo processo de globalização em curso.
Ao terminar de ler o artigo “Subjuntivo”, resolvi salvar o documento e depois anexá-lo para devolver ao professor, e escrevi: “Caro Professor, abra o anexo e veja se está correto”!
Caro leitor! Tenho a mania de também relacionar o meu endereço eletrônico junto, para depois receber, abrir e ter a certeza de tê-lo enviado corretamente. Acredite, foi com total espanto, seguido de uma sonora gargalhada, que constatei ao ler a mensagem e descobrir no documento enviado, a foto do meu afilhado e da sua tribo!
Para salvar a minha imagem, segui as pistas do documento: cliquei em “Documentos Recentes”, e, como verdadeiro Sherlock Holmes (aquele mesmo dos romances e contos do gênero policial do escritor sir Arthur Conan Doyle), resgatei o artigo “Subjuntivo” e o devolvi com a seguinte mensagem:
Caro Professor: por sorte resolvi mandar a correção para o meu endereço eletrônico (também) e pude perceber que enviei a foto do meu afilhado e dos seus amiguinhos na "Festa do Índio" que aconteceu na escola. Quando abri o anexo quase estorei de tanto rir. Valeu!!!! Desculpe o erro!!
Ana Marly de Oliveira Jacobino
Especialista em Literatura