A FIGURA DE JESUS, SUA BELEZA E SIMPLICIDADE.
Papa Bento XVI em sua segunda e última encíclica, une a todos na esperança e na qualidade de pastor, mostrando que também é um artífice do ecumenismo. “Spe Salvi”, sua encíclica, é sintetizada em São Paulo, o intelectual do catolicismo, quando se dirigiu em carta aos romanos, “Spe Salvi Facti Sumus”, “é na esperança que fomos salvos”. A esperança é de todos, não é privilégio. Considera duas fases em que essa opção marcou a história; a revolução francesa e o socialismo. Mostra, aponta e disseca o erro fundamental que todo cidadão comum e razoavelmente inteligente sempre percebeu; “o socialismo esqueceu o homem e sua liberdade”.
A revolução francesa inaugura um novo período pela “Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão”,1789, “ato da constituição de um povo”, palavras inspiradas em Rousseau. Proclamou a liberdade, a igualdade e a soberania popular. Foi a mais expressiva virada da página na história do gênero humano.
Estamos envolvidos nesse processo histórico com proveito relativo, passando pelas guerras divisionárias inspiradas na permanente vontade hegemônica, com a pontuação patológica nazista, chegando após a guerra fria da qual já nos despedimos.
A soberania do Estado assenta-se na soberania dos direitos fundamentais do homem, estes são alicerces daquela. O homem, a criatura em primeiro lugar. Era e é pelo princípio da liberdade da vontade indicada por Cristo, a premonição de Isaías da chegada do Cristo. Era a força do velho testamento prevendo pelo profeta justiça para os humildes, ordenamento para os pacíficos, sabedoria e discernimento, afastamento do mal, e principalmente pela “força de sua palavra”, somente com a oralidade, portanto, fustigaria, como ocorreu e ocorre, os pretensos intelectuais.
Cristo é de todos, mesmo daqueles que usarem seu santo nome em vão; estes poderão arrepender-se.
E é de todos na realidade de sua pureza irradiando simplicidade. Cristo era o Cordeiro de Deus. “Era um homem de pouco mais de trinta anos. Veio sozinho e misturou-se na multidão. Não tinha o aspecto áspero dos profetas, nem a atitude autoritária dos escribas e doutores da lei. Vestia uma túnica talar de linho branco e um manto de lã, vermelho, dos
tecidos em Damasco, Magdala ou Tiro. Os cabelos, de um louro escuro, eram penteados à moda nazarena, e a barba lhe dava ao semblante reflexos de ouro antigo”, descreve Plínio Salgado em sua obra “A Vida de Jesus”, quando da chegada do Messias próximo ao Rio Jordão onde João Batista ministrava o batismo. Fitando-o João Batista estremeceu e pronunciou as célebres palavras: “Eis o Cordeiro de Deus que tira os pecados do mundo”. Nesse encontro a sublimidade do ser mais puro deixou-se batizar. pela pureza do Profeta João Batista que viu a Deus dessa forma sedutora.
Era assim Cristo, um simples, o filho de Deus que se deixou batizar apesar de exortado por João Batista que o contrário deveria acontecer.
Simplicidade e pureza estão em todos que seguem o caminho do coração, e o coração não é manancial de fel, não tem sabor de amargura, mas de amor. Sem exceção, privilegiados por dons ou não, aqueles que estão ao lado da pureza e da simplicidade são os que praticam o bem e do mal se afastam. Como o Cristo descrito por João Batista. Estes verão a Deus na promessa festejada e acatada pelos homens de fé.