QUEM É VOCÊ?

Quem é você; pergunta que agregamos em nossas existências às grandes incógnitas “de onde viemos e para onde vamos”. A mola existencial de todos nós.

O mundo exterior é o objeto, e não se pode chegar filosoficamente às verdades do mundo exterior se não encontrarmos, limpamente e antecedentemente, nossa verdade interior. Não é possível expandirmos esse interior se não houver cultivo dos sentimentos para evoluir.

Precisamos aprender sempre a melhorar. Aprendemos somente com nós mesmos diante da volta para nosso interior, que não tem muitas respostas. Se não questionado, mais restrita ainda fica essa evolução. Por isso, já disse aqui, ninguém tem nada a me ensinar e tenho muito a aprender. Nem a rudeza e incivilidade podem me ensinar, e nem mesmo o amor tem muito a esclarecer, conheço essas sensibilidades que trazem as duas faces da existência.

A estagnação da pessoa se dá inexistindo o necessário exame silencioso e profundo de quem somos com foco nas permanências do mundo cuja base é o amor.Quem ainda não parou um instante sequer questionando sobre sua segurança?Mas ela não vem do acaso, nasce desse aprimoramento da interrogação sobre nós mesmos.O encontro da consciência dialética com a verdade, sendo difícil sua interlocução simplista, por ter origem na verdade interior.

Antes da maiêutica socrática - verificada no questionamento que fazemos a nós mesmos - operar certezas universais, temos de ser verdadeiros em nossa realidade existencial e interior.

O “nosce te ipsum” socrático – “conhece-te a ti mesmo” - se a isto se dedica o ser humano e assim persevera, na procura e no encontro das verdades universais, expulsa a mentira e faz da humildade seu alicerce, proporcionando a saída do desconhecimento para o conhecimento, saindo do inóspito desconhecimento para o conhecimento.

Quem não procura a paz das certezas na enciclopédia de suas incertezas? Quem ainda não se colocou no centro da aridez do deserto que pode ser a própria vida?Quem não se perguntou sobre sua vasta insegurança que procura a segurança?

Esse hiato vazio, de puro desconhecimento, de si e de tudo, que não se aprimora sem evolução espiritual, tem desfecho na agrura de uma vida infértil e vazia. Só um vocábulo pode pacificar toda essa contenda interior, essa luta para alcançar fora de nós o impossível, seu nome é aceitação de si mesmo.

Ninguém altera o que o destino lhe reservou, alegrias, felicidades,méritos, realizações ou decepções, limitações, necessidades não resolvidas, frustrações, ausência de provisão de todas as espécies e as decorrências de viver. Isso deve reforçar a busca interior para a aceitação de nós mesmos, sob pena de restarmos patinando no infernal lodaçal de irrealizações que acompanham uma vida de aflições.

É preciso fazer um esforço para evoluir. Ninguém tem culpa do que somos, só nós mesmos.

Celso Panza
Enviado por Celso Panza em 05/02/2020
Reeditado em 05/02/2020
Código do texto: T6858922
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