Aquarela desbotada
A gente acorda todo dia e repete os mesmos atos. Somos autômatos conscientes. Mas estamos sempre querendo algo mais: a mulher do vizinho, a vida do famoso, o dinheiro do milionário e por aí vai. Dia após dia seguimos esta saga.
Já nos perguntamos o motivo porém? Quem sonha acordado é taxado de lunático; quem não tem desejos é enfadonho. Tipo "O feijão e o sonho".
Quem não sonha não vive, mas também quem não vive não sonha. Para acordar precisamos dormir, mas para dormir temos que sair da vigília. E o que é a vigília senão a capacidade de captar estímulos que vão gerar novos devaneios oníricos?
Talvez a verdadeira satisfação esteja no subconsciente de nossas mentes e o período desperto seja apenas uma baldeação para reabastecer nossas potencialidades imaginativas.
A aquarela de nossas vidas precisa de cores. As cores são fornecidas pelas situações diversas da rotina: o acaso, o insólito, o inesperado, o novo. Se a rotina comumente massacra, iremos almejar sempre as tintas mais frescas que não possuímos. As nossas próprias desbotam com o tempo e até mesmo se findam.
O segredo tão procurado em verdade é simples e está ao nosso alcance.
Vamos pintar o sete e outras coisa mais...