De sandalinhas!
Vou sair. E de sandalhinhas! Cansada de fugir de chuvas que nunca caem. Porque a vida é traiçoeira, você sabe. No dia que se resolve ter pés frescos, livres, a chuva cai. A rua inunda. Já no dia que você sofre no calor do Rio com pés abafados em tênis, neste dia não cai uma gota. Portanto já me decidi. Vou de pé pelado, exposto em sandalinhas. Se chover faço graça. Piso na poça. Danço na chuva. Deixo o pé na água suja como se não existisse amanhã. Se não chover, terei pés ao sol, pés empoeirados de viver. Chega de tampar os pés. Quero mais é sandalinhas.