O Homem Astro Sol
Era uma vez um homem muito estudado, cheio de boa fama, inteligente e de excelente profissão, ganhava muito bem, esse homem só tinha um defeito, ele não conseguia deixar de ser o destaque e onde trabalhava com certeza era o mais requisitado, mas com tudo isso ele era uma pessoa fria, arrogante e dono da última palavra. O homem no serviço se considerava o melhor e mais entendido de todos mas enquanto ele sabia tudo sobre computadores nada sabia sobre empatia e humanidade. Sabia tudo sobre negócios, era incrível como ele sempre sabia apontar os melhores investimentos, assim ele sempre era consultado. Um dia o homem como sempre chegou a empresa e se encaminhou para sua sala, ocorre que ao passar notou que na mesa da recepção estava outra moça e esta muito simpática o cumprimentou ao que ele respondeu sem muita ênfase, não o interessava as recepcionistas, então passou reto sem notar o sorriso da moça.
A moça era simples, uma daquelas jovens ingênuas e sonhadoras, leitora ávida de romances e aventuras, era jovem, cheia de vida e objetivos e estava animada com o novo emprego. O Homem não pensou em mais nada a não ser nos negócios do dia a dia, amava lucros e objetividade, quando ele saiu mais tarde para ir embora, novamente a recepcionista foi simpática mas ele achou exagerado, quanta imprudência e falta de profissionalismo considerou ele e não deu-lhe muita atenção, foi embora cuidar do que era importante, ele não tinha tempo para pessoas e nem relacionamentos, era prático, vivia sozinho, não o interessava as bobagens que via nos mercados, tudo para ele era objetivo, não tinha amigos, era afastado, eram desnecessários concluíra ele. No dia seguinte ao passar pela recepção notou que havia flores ali em torno da mesa e nas paredes havia nova decoração, quer impressionar alguém calculou ele, meneou a cabeça, passou reto, no seu mundo não havia espaço para tolices como aquelas, mas ao chegar em sua sala se indignou ao ver que também ali tinha flores, jogou as fora imediatamente, também havia copos e água, novidade para ele, não o tratavam assim mas era o que ele preferia, mal humorado pensou na moça, sentiu -se invadido, até pressionado.
No outro dia novas flores, ele observou, mas desta vez pelos corredores, ficou pasmo, quanta petulância, jovem tola determinou ele, tão ocupado com seu mundo seco ele realmente não via graça nas flores, mas a moça insistia em ser gentil, olhou-a sem sorrir, se ela queria apaixonar-se seria problema dela e não dele. A empresa continuava girando em torno dele, tudo parecia perfeito, exceto aquela moça destoada do ambiente, parecia estar ali para o atingir, parecia gostar demais dele, ele não gostava dela. Um dia chegou na empresa e viu que havia flores no jardim abandonado, torceu o nariz, negócios eram mais importantes, não achava necessário aquilo como recepção para os clientes e quando viu a moça indo em outra direção sem ser sua mesa foi atrás e deu-lhe um sermão sobre compromissos com suas responsabilidades, ela ficou muda, ele saiu importante, deixando ela sem entender porque tanta frieza.
Outro dia numa reunião ele e os outros homens sérios da empresa receberam biscoitos com mensagens positivas, aquilo foi detestável pensou ele, então passou daquele dia em diante passou a entrar pelas portas dos fundos da empresa para não ver aquele projeto de "Alice no País das Maravilhas", tudo muito estúpido, ele não queria ver sombra daquilo... Mas a moça não desistiu, um dia ao entrar viu salas antes brancas e sóbrias agora coloridas e aconchegantes demais, então ele chamou a moça, não permitiu que ela falasse, não a deixou defender-se, era segundo ele uma apaixonada e ela o deprimia e por isso ele a demitiu... A moça foi embora e ele pôde voltar a ver tudo sóbrio como antes, para alívio daquele homem.