As peripécias de Ivanes* (02/01/2020)
Em reunião, na tarde da última sexta-feira, dia 31 de janeiro, com o Sindicato dos Funcionários Públicos do Município de Patos (SIMFEMP), o prefeito interino Ivanes Lacerda (MDB) informou que “o decreto de nº 002/2020, do poder executivo patoense, que estabelecia que a partir do dia 1º de fevereiro de 2020, a jornada de trabalho dos servidores da administração direta e das autarquias e fundações da administração indireta seria de 07h30min às 11h30min e de 13h30min às 17h30min, com pausa de 02 (duas) horas, de segunda a sexta-feira e com jornada semanal de trabalho de 40 horas”, estava suspenso.
Embora já tivesse dito, textualmente, que as trinta horas vigentes estavam em desacordo com a lei, e que era muito difícil prestar um bom serviço à sociedade com apenas um expediente corrido de seis horas/dia, reconheceu as dificuldades climáticas e a falta de transporte na cidade e disse que “recuar as vezes é uma forma de avançar”. Ficou acordado, entre as partes, então, que a gestão irá consultar o Ministério Público (MP) e o Tribunal de Contas do Estado (TCE), sobre a legalidade da jornada das 40 horas. - Enquanto isso, o expediente continua sem alteração.
A saída negociada de Ivanes foi uma forma encontrada de construir uma proposta de consenso entre gestão, servidor e população, sem que houvesse prejuízos para ninguém. Como ato continuo, o prefeito recebeu a garantia de não mais haver greve dos servidores, haja vista o ponto nevrálgico ser esse “decreto perverso”, como vociferava o sindicalista José Gonçalves. O ato do prefeito “dando ré pra trás” deverá ser publicado já no próximo diário oficial do município.
Outra peripécia de Ivanes foi a de convencer a Câmara a aprovar o projeto do São João que, segundo informações de bastidores, seria facilmente derrotado, como no caso do Código Tributário. Não sabemos se os argumentos da audiência pública, um dia antes da 1ª votação, foram os únicos responsáveis pela mudança de postura dos vereadores, que chegaram a antecipar que o prefeito tomaria “a terceira lapada no lombo”.
O fato é que o PL foi aprovado por unanimidade, em sessão extraordinária, salvo uma abstenção. Há quem diga que se dinheiro e pêia não resolverem...- É que faltaram um discurso mais político e uma atitude mais moderada... - E menos conservadora, também. Agora não falta mais nada.