LÚCIA MARIA

Homenagem a uma amiga que, quando garota bem pequena, passou com o pai, EDUARDO, na porta do Teatro Municipal de sua cidade, manhã, domingo de sol, na escadaria um espetáculo público - LÚCIA DI LAMMEMOUR. Quis conhecê-la.

“Essa moça também é MARIA, papai?”

Mas todo mundo “gritava muito”, como no ensurdecedor recreio do jardim de infância, aí ELA preferiu o TOM & JERRY, num cinema de variedades perto dali, ao lado da loja (belga?) de chocolates.

A ópera fala do AMOR e da LOUCURA, bastante próximos um do outro, sem fronteiras definidas.

A estória da carioca é suave, sem gritos e com muitos sussurros.

Intertextualidade todo mundo entende e não é crime.

Estória atualíssima (ou antiguinha?), passada no século XXI (ou XVII?) no Rio de Janeiro (ou Escócia?), quando LÚCIA MARTINEZ (ou di Lammenour?) é sugerida por seu irmão EDUARDO LUÍS (ou Enrico?) a se casar por simpatia e amizade (ou interesse para salvar as finanças da família?) com o jovem CARLO, conhecido como “o Italianinho de Nápoles” (ou Lord Arturo Bucklaw?) , na verdade apenas neto de estrangeiros, advogado recém-formado e muito culto, ex-aluno de sua chefe no escritório de advocacia onde ELA trabalhava. De vez em quando o galã aparecia com um bombom de cereja ou uma rosa. Simpático, alegre, educado.

Porém ELA vive um romance quase secreto com RAGNAR (ou Edgardo Ravenswood?) que conhecera a distância há alguns meses de e-mails trocados e a família ‘implicava’ de leve somente pela diferença de idade (ou cuja família é inimiga política dos Lammemour?).

A mãe, MARIA LÚCIA, cautelosa:

“Mas e se não combinarem em nada? Personalidades, hábitos de vida, cultura, interesses, gostos?”

Para esta LÚCIA MARIA, 21 anos, eterna atrevidinha, nada é difícil, complicado, impossível... (ou Lúcia vacila e tem medo diante da impossibilidade do romances, intrigas e poder?), acertou caladinha que o Gigante viria conhecer todo mundo.

Ficou enlouquecida (ou LÚCIA enlouquece, mata o marido que lhe é imposto e se mata em seguida?) de emoção com os preparativos, hospedagem num feriadão bastante próximo, agrados, cardápio, alguns passeios pois ELE nunca estivera no Rio de Janeiro.

A primeira opção é sempre o Corcovado, “braços abertos sobre a (baía de) Guanabara”.

“Praia, não, porque ELE é zoiúdo e vai ficar olhando corpo de carioca desnuda, bronzeada, oferecidinha...”

Ao receber a notícia da próxima chegada do rival, CARLO nem se abala, diz que foi tudo uma comédia (ou tragédia?) e logo passa a tentar conquistar a amiga dela, que por dias de rápida gripe a substituíra no escritório (ou Edgardo se apunhala?).

Como dar a notícia aos pais e ao irmão? Intertextualizou título de filme norte-americano antigo, de... 1967:

“ADIVINHEM QUEM VEM PARA O JANTAR?”

NOTA DO AUTOR:

LÚCIA DI LAMMEMOUR - Ópera em 3 atos, enredo trágico, música de GAETANO DONIZETTI, libreto de SALVATORE CAMMARANO, baseada no livro THE BRIDE OF LAMMEMOUR do poeta e escritor inglês WALTER SCOTT. Estreada no Teatro San Carlo, em Nápoles, 1835.

F I M

Rubemar Alves
Enviado por Rubemar Alves em 02/02/2020
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