O INCOMPREENSÍVEL DE CADA DIA.
Considero existir dois sentimentos básicos, ou, como costumo dizer, primários, na qual todos os outros sentimentos - secundários e terciários - estão devidamente fundamentados, são eles: 'Paixão e Amor'. Me permitam uma breve explicação, ou, o meu limitado entendimento do assunto.
O primeiro, a paixão, vejo-a como uma espécie de furacão, um sentimento avassalador, forte, impulso, carnal, cheio de desejos e volúpias. Quantas coisas absurdas fazemos no calor da paixão, coisas essas, que dificilmente faríamos em uma ocasião normal. A paixão é bem assim, avassaladora e destrambelhada.
O segundo, amor, é totalmente oposto, é aquele sentimento sublime, suave como a brisa vinda do mar, mas, tem ele o peso e a grandiosidade da imensidão do oceano. Este não é passageiro, não é carnal, pelo contrário, é elevado, espiritualizado, eleva a alma além das nuvens. Cedo ou tarde, cada homem, cada mulher, estará inevitavelmente diante desses sentimentos. Caberá a cada um decisão de abrir ou não a porta do coração a esses sentimentos, lembrando que, uma vez que se abre à porta do coração, não há como voltar atrás. Enfrenta-se as consequência inerentes a cada um.
Deve também considerar que, existe uma linha muito tênue entre certos sentimentos, no caso o 'amor', e um terceiro intruso, 'ódio', sendo que em muitas ocasiões presenciou-se a migração de um sentimento para outro. Pessoas que odiavam profundamente a outra, mas, em dado momento, percebe que todo aquele ódio tratava-se de amor, e vice versa, pessoas que se amavam, e de repente, passaram a se odiar. É claro que isso não é regra, não se aplica, e, acontece muito esporadicamente.
Os sentimentos são difíceis de serem medidos, são instáveis às vezes, no entanto, embora alguns pareçam até previsíveis demais, acaba-se por surpreender-se. Costumo, como poeta, fazer uma leitura superficial desses sentimentos e suas nuances, transferindo tudo para o papel. Mas, o poeta, como todo o ser humano, é um leitor superficial do próprio ser humano, é vítima desses mesmos sentimentos, eu arrisco a dizer que somos vítimas ainda mais fáceis de serem surpreendidas, justamente por tentar compreender o incompreensível.
Muitos, no decurso da história humana, foram vítimas de tais sentimentos. Certamente que, dominar a si mesmo, é dominar o próprio mundo. Quão difícil é o equilíbrio entre sentimentos tão poderosos. Passaremos a vida na tentativa de se entender e compreender o incompreensível de cada dia. Seremos dominados, por vezes dominaremos, mais o primeiro do que no segundo caso. Esse é um assunto complicado e prazeroso ao mesmo tempo, afinal, coisas complicadas tende a serem imensamente prazerosas, na medida do possível, no decurso do ano voltarei a falar mais sobre o assunto.