No caminho da irrelevância
CREIO que a humanidade não está discutindo o verdadeiro problema do futuro, que está próximo: o fim da democracia, da cidadania e da liberdade. Isso não só nos países subdesenvolvidos, mas no mundo todo, inclusive nos países ricos. Embevecidos com os avanços da tecnologia, as pessoas não estão entendendo e nem analisando o que pode acontecer num futuro, repito, próximo. Algo que é óbvio e ululante mas que poucas pessoas se preocupam com a cada vez mais evidente possibilidade de se tornarem um estorvo.
Seria bom que os mais conscientes e preocupados com o futuro das novas gerações lessem um livro escrito por um jovem historiador judeu, Yuval Noah Harari (autor de Sapiens e Homo Deus): 21 Lições para o Século 21. É leitura obrigatória. Juro.
Ele diz num trecho do livro:
"... Então para onde caminhamos? Essa pergunta especialmente incômoda porque o liberalismo está perdendo credibilidade justo quando as revoluções gêmeas na tecnologia de informação e na biotecnologia enfrentam os maiores desafios com que nossa espécie já deparou. A fusão das duas áreas pode em breve expulsar bilhões de seres humanos do mercado de trabalho e solapar a liberdade e a igualdade. Algoritmos de Big Data poderiam criar ditaduras digitais nas quais todo o poder se concentra nas mãos de uma minúscula elite enquanto a maior arte das pessoas sofre não em virtude de exploração, mas de ago muito pior: irrelevância".
Discute-se muita coisa, reformas, sacrifício para o povo, mais poder para os brucutus e até a possibilidade de guerras, mas nada se comenta sobre o futuro, sobre o horror da irrelevância. Inté.