AS MOEDAS DO CORAÇÃO.

A vontade do homem, só e isolada, não soma e não conta, ouve-se em poucos momentos, se apaga na amplidão dos tempos. Não há voz isolada que estrondeie no tropel das multidões.

A clareza da verdade não se pode esconder. Salta aos olhos, a fatalidade impõe e impele.

O canto do louvor destaca a gratidão e a doação protagonizada que alcança todos. O incômodo da farsa desce do palco quando enredo do teatro enganoso. Não ressoam mais palmas.Nem a procissão desesperada de benefícios extintos havidos, subsiste.

O gládio do pessoal com o coletivo se finda em prol da maioria.

Circunscreve-se ao ideal e ao interesse. O grito das reivindicações demagógicas lhe dá o nome de soberania popular. Não importa o título quando o destino é o mesmo. Ficção não tem nome. Os filósofos chamam

de questão social,mas importa a soberania linear popular sempre estropiada, questão de linha insolúvel. No fim o resultado é o conflito. No livro Bíblico Juízes está lavrado “Nessas portas de Israel colocarei Juízes para resolver os conflitos..”

Sob essa cena surge a dúvida consciente,caminho do conhecimento. Os sábios desnecessitam indagar, dominam o imprevisível e lhes tomba sob os sentidos, quadro de simples constatação. Advertem e indicam caminhos nunca caminhados.

No encontro de Santo Estevão com São Paulo, antes da revelação,como história que tanto nos ensina, aqui no Brasil, pelas vozes de inúmeros juízes nos foi revelado um perfil danoso e ruinoso. Prevalece o adágio, “contra fatos não há argumentos”.

O baluarte do Cristianismo, Paulo de Tarso, então rabino, tremeu diante da serenidade e do verbo de Estevão, que morreu martirizado, pena de lapidação. Aqui no Brasil foram tombando um a um diante da sombria fase que passamos. Tremeram e estertoram hoje nas vozes roucas da locupletação gigante de véus retirados. A luz é para poucos, um dia ela ilumina mesmo os de visão reduzida. Chegou com a dúvida a consciência cidadã.

Os que sabem pouco sabem que nunca passarão desse pouco. Quanto mais se sabe, sabe-se que menos se saberá. O muito está além da dúvida e do intelecto, como o surgimento da vida e o caminho real após sua extinção. Essa a grande motivação da vida que explode na ansiedade interrogativa.

Os ausentes de espírito mais elevado, restam na asfixia da suficiência pensada possuir que define a insuficiência absoluta. O trabalho para o conhecimento,difícil de encetar, traz desespero do anseio seguido do desânimo. Dolorido o caminho, mas é a sina da luta. A dignidade humana impõe o dever de empreender e servir, utilidade da vida. Sirvo a quem pode ser servido, haurir e haver o pouco que arquivei no patrimônio da estrada, e que não se põe à venda por moeda profissional de conhecimento. Só a atividade distingue, mas aquela vinda do coração que a moeda não compra.

Celso Panza
Enviado por Celso Panza em 31/01/2020
Reeditado em 31/01/2020
Código do texto: T6854900
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