Diário de Bordo (E a deusa menina,Gaia, brinca de roda em torno de seu pai Apollo. )

Diário de Bordo (E a deusa menina, Gaia, brinca de roda em torno de seu pai, Apollo.)

Amanhã, este planetinha azul em que todos nós viajamos a uma velocidade estonteante pela lindíssima Via-Lactea, completará mais uma volta em torno da estrela que lhe concede luz e vida, tomando como ponto de referência o dia longínquo em que este sertanejo nasceu, isto se sucedendo lá pelos idos do ano de 1951, o ano do Tigre.

Pois bem.

Até mesmo por afinidade com o felino asiático que patrocina o meu ano de nascimento, sou de natureza arredia, pouco dado a festas e comemorações, optando mais pelo recolhimento, malgrado o meu mapa natal indicar que tenho o planeta Mercúrio, (Hermes, o negociador, o brincalhão, o Deus dos mercadores) e o Sol, (Apollo, o Deus que tudo vê, o doador e mantenedor da vida) ambos na Casa Astrológica 11 (Onze) a casa dos grandes agrupamentos sociais, configuração que me possibilitaria uma atuação exuberante nessa área.

Como já exposto adredemente, avesso que sou a festividades, não comemoro o meu aniversário, além de ter dificuldades de guardar o das outras pessoas, principalmente das que me são próximas, e como o alemão ainda não veio dar a sua mãozinha salvadora, tal comportamento gera algumas previsíveis saias-justas, off course.

Todavia, não foi bem para falar de efemérides que eu me propus a gastar uns bons dedos de prosa, (e também aporrinhar a resiliência de quem se dispõe a me ler) a escrever no dia que antecede o sexagésima nono ano do meu nascimento, cujos dois números invertidos formam o símbolo do signo de Peixes, meu signo Ascendente.

A bem da verdade, ao lançar luz sobre a penca de anos que já vivi, me veio à mente a importância crucial que os sonhos e a fantasia sempre tiveram na minha vida, pois nem nos momentos mais duros experienciados em minha jornada deixei de pensar que "amanhã será outro dia, e essa tempestade de agora passará." Isto posto, para mim é impensável não ter um sonho, um projeto que eu identifique como promissor a iluminar a minha estrada. Tal fato, caso viesse a ocorrer, seria como me deparar com um rio seco em pleno deserto, estando eu sedento de água.

Entonces, chicas y pibes, yo, o João, nascido lá nas brenhas da província de Sergipe Del-Rey, e aqui amoitado nas brenhas da Cururupitanga, declara-se um eterno apaixonado pela vida, pois não é atoa que este matuto nômade tem Vênus e Júpiter (Afrodite, a deusa do amor, e Zeus, o Deus dos deuses do Olimpo) na Casa 12 (Doze, a Casa da Vida, do Kharma) e Marte na Casa 2 (Dois, a casa das ações concretas) os tres emlhrrando meu Peixes Ascendente.

Pra por termo a esse lero longo e enfadonho, tão cheio de filigranas astrológicas que abrangem as duas metades do nosso bólido planetario, informo que me pus fora de Pasárgada por volta das dez horas desta manhã de quinta-feira, que eu pensava já ser sexta, passei pela província da Pedra Branca, e retornei agora no meio da tarde, a tempo de concluir este relato antes que a menina Gaia complete mais uma volta em torno de Apollo, seu luminoso pai, e me grite, com o dedo em riste, que eu adicionei mais um ano aos muitos que já tenho.

Um brinde aos que fazem dos sonhos e da fantasia o tapete aveludado para se percorrer a passarela áspera da vida.

Om mani padme hum!

🙏🙏🙏

Aprendiz de Poeta
Enviado por Aprendiz de Poeta em 30/01/2020
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