Poema/poesia

Numa canção gospel diz que Jesus é verbo e não substantivo, como o próprio evangelista João O descreve ao início de seu evangelho. Faz sentido uma analogia com a gramática: Substantivo são nomes que se dá às coisas, pessoas, lugares, mas o verbo é o que indica ação, estado, mudança de estado e fenômeno da natureza. Deus criou o mundo pela palavra e Jesus é a palavra de Deus em ação. Sem verbo não há oração, ou seja, sem Deus não há porque orar. Pode haver oração sem sujeito, porém jamais sem verbo.

Razão, mente, emoção, coração, quem dita o quê? Pode-se fazer poesia com a razão, sem emoção? Talvez um poema... Difícil atinar poesia sem sentimento, sem colocar em cada verso um pedacinho do coração.

Há poesia em não se dizer nada, no calar, no silêncio que pode gritar mais alto que mil vozes. Uma lágrima que rola silenciosa diz de dores ou alegrias infinitas; um abraço revela todo o carinho que o ser guarda em seu seio.

Rimas, métricas, estilo, dizem do poema, da forma, não do sentir. Nem todos os sentimentos têm o mesmo tamanho ou a mesma cadência harmoniosa, embora se possa agregá-los, não é regra, não mais.

Orações espontâneas e poesias são ditas e escritas pela alma, com tintas invisíveis, mas, como fogo, ardentes e que deixam marcas indeléveis na mente e no coração. Assim, canções e aromas nos transportam pelo tempo e espaço em velocidade da luz em memórias coloridas que apenas Deus e nós conhecemos, pois como verbo, Ele se flexiona em tempo, número, pessoa e voz.

Eu, tu, ele, nós, vós, eles somos todos um com Ele; presente, passado e futuro, em todos os momentos; singular, plural, não importa , Deus sabe que a gente age ou sofre a ação de um sujeito qualquer.

Suely Buosi
Enviado por Suely Buosi em 29/01/2020
Código do texto: T6853532
Classificação de conteúdo: seguro