RETRATO QUE ME PINTO  (BVIW)
 
 
Pra incio de conversa,  por falar em mim começarei indagando: quem sou eu...? Eu? Eu sou   aquela que ri, mas, como todo ser,  choro,  fico triste, fico alegre, minto, digo a verdade, amo, desamo.
E tem mais, sou chegada a quimeras sem a expectativa de concretude, por vezes me deixando levar pelas pelejas irreais, sem ter ideia de onde  serei levada pelas minhas abstrações diante do real. E por vezes me indago por que  todos os caminhos me levam às estrelas, o inalcançável? Cadê o meu olhar lúcido, cadê? Por que perseguir utopias? Cadê a minha razão?
Ah, caríssimo, caríssima, nunca leve muito a sério o que eu escrevo. Sabe, sou um pouco Mário Quintana no retrato que me pinto... - risco a risco – às vezes me pinto nas alturas feito nuvem, às vezes me pinto grama...  às vezes nada pinto, tela branca... pinto coisa  que nem existiu... e que nunca existirá... e, desta eterna busca  – “pouco a pouco – minha eterna semelhança, no final, que restará? Um desenho de criança... Terminado por um louco
!” (Mário Quintana)
Zélia Maria Freire
Enviado por Zélia Maria Freire em 29/01/2020
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