75 ANOS DE AUSCHWITZ-BIRKENAU
Filmes podem sim retratar o que se passa na "cabeça" daqueles que "acham" que sabem o que aconteceu em Auschwitz. Filmes como A Solução Final (2007), que conta a história de Adolf Eichman que foi um dos arquitetos nazistas que antes de ser executado fez suas confissões a um capitão israelense. Não importa o documentário, o melodrama, o livro, o teatro, a premissa é sempre a mesma na bocas dos sobreviventes: Que realmente tenha vídeos, fotos, que a história e os bons professores conserve e, dissemina o que aconteceu para nunca se repetir novamente! Quando o homem deixa de ser homem racional. No mesmo mês que escrevo Roberto Alvim é demitido da Secretaria Especial da Cultura do atual governo de Jair Bolsonaro; motivo "apologia ao nazismo" parafraseando Joseph Goebbels (Político alemão e Ministro da Propaganda na Alemanha Nazista entre 1933 e 1945). Até o maestro Richard Wagner foi posto ao cenário como música de fundo ilustre, imitador, intimidador e doentio à cena em rede nacional vista por milhões de simpatizantes e por quem sobreviveu aquilo e realmente vivenciou. Lembrando que Roberto Alvim ainda no momento em que escrevo não foi exonerado e sim demitido!
"Já vi coisas que eu fico pensando: será que foi verdade?". Andor Stern o único brasileiro nato a sair vivo do chamado epicentro do Holocausto depois de ver sua família sendo dilacerada, saindo pela chaminé; Andor escapou para servir como escravo em trabalhos, vivenciou coisas tão terríveis como ouvir um discurso como fez o ex-secretário Roberto Alvim. 75 anos de Auschwitz, tudo aconteceu tão próximo, a raiva pode se tornar raivosa e a paz que lutamos anda vindo aos poucos, tantos sobreviventes ainda existem e clamam por tal clareza de discernimento e a boa filosofia, a vida plena esquecendo o passado mas nunca ao ponto de esquecer as tormentas para assim não repeti-las.
Nomes como; Dita Kraus, David Levin, Eva Mozes Kor que morreu anos atrás, ainda pisam nesta terra nesse momento mais nomes como; Ben Abraham. Existem também anonimamente os ajudantes secretos, uns famosos como nosso romancista João Guimarães Rosa e sua mulher Aracy (O Anjo de Hamburgo). Auschwitz-Birkenau foi inicialmente construído para prisioneiros políticos em 1940 e ampliado no ano seguinte. Cerca de 60 quilômetros da cidade polonesa de Cracóvia. Foram mortos Testemunhas de Jeová, homossexuais, prisioneiros como poloneses, estrangeiros, e principalmente judeus. Morriam de fome, "trabalhavam" por um prato de sopa, e comiam no mesmo recipiente em que defecavam; palavras fortes não. 100, 80 pessoas num vagão viajando por uma semana sem roupas, lisos de esperança e decência.
A maior pergunta; por quê? ninguém sabe, observamos que em entrevistas e relatos por escritos todos que passaram por tal atrocidade dizem: não se esqueçam jovens, ensinem as crianças a respeitar o outro, mostre à elas a verdade, o que aconteceu e o que pode ser que não esteja longe de acontecer! Todo dia 27 de Janeiro é lembrado um pouco mais isso (porque há quem tenha pesadelos em todos os outros dias do ano). Foi-se criado Museu em Memória das Vítimas do Holocausto, Dia Internacional, eventos para visitas anuais, etc e tal. Porém se não criar uma nova perspectiva disso tudo que ocorreu desde a Grande Guerra (28 de jul. de 1914 – 11 de nov. de 1918). Estaremos enfraquecidos grandemente, fragilizados ao extremo nitidamente, mesmo com as mazelas de nosso País, há ainda de temos a ordem e um pouquinho de progresso, fica assim minha admiração neste relato e empatia por todos estes que sofreram; e ainda acreditam na capacidade do ser humano racional. Sabem o que os sobreviventes dizem muito também?! Que a vida lhe deu momentos péssimos mas trouxe também momentos maravilhosos. Cabe ter pessoas para mais escrever e relatar o que houve e como tudo aconteceu, e que por Deus nunca venha mais ocorrer.