Quase Afogado na Praia Grande

Em 1968 (eu tinha 21 anos) salvei-me do afogamento certo porque tinha lido na infância instruções semelhantes no ALMANAQUE DOS ESCOTEIROS dos sobrinhos do PATO DONALD. Foi na Vila Mirim, município de Praia Grande-SP. Fui numa excursão da família Pedron (espanhóis radicados há décadas no município de Santo André-SP, na divisa com São Bernardo do Campo). Estava pela primeira vez diante do mar. Deslumbrado com a paisagem, adentrei ao mar e atirei-me às ondas, imitando dezenas de banhistas. Eu já era bom nadador, afiado nos ribeirões e lagoas da várzea onde fui morar após 1957 (divisa dos municípios de Santo André e São Bernardo do Campo-SP). Mas nadar no mar é completamente diferente. Descobri isso ao ser arrastado pela correnteza, quando fui voluntariamente buscar uma bola de borracha, que algumas crianças deixaram escapar ao sabor das ondas. Ao me dar conta, já estava muito distante da praia. Tentei nadar de volta, obviamente me cansei logo, nadando contra a correnteza. Na praia as pessoas me acenavam e eu as enxergava do tamanho de palitos de fósforos. Imediatamente comecei a "boiar", para restabelecer o fôlego. E pensei algo assim: "Que morte mais besta para um jovem, operário padrão, bom dançarino, fã de Adelino Moreira, Lupicínio Rodrigues e clone de Nelson Gonçalves." Fiz as orações Ave Maria e Pai Nosso e me recordei do que tinha lido no Almanaque dos Escoteiros. Bendito Wal Disney. Observei o sentido da correnteza e nadei à favor, fazendo a curva (meia lua) para a direita. Nadando sem esforço, logo alcancei a praia, a quilômetros de distância da Praia Vila Mirim. Fui caminhando e perguntando aos banhistas como chegar ao destino. Andei mais de meia hora até reencontrar os incrédulos excursionistas, que naquela altura pensavam que eu havia me afogado. E NÃO ACREDITARAM EM MINHAS EXPLICAÇÕES, até que um dos Salva Vidas me escutou e confirmou aos demais que eu havia mesmo agido corretamente. Mais uma das histórias verídicas do "Baú do Jardim".. (...)