UM PRESENTE DOS DEUSES
Crônica de:
Flávio Cavalcante


 

     Eu fico impressionado e estupefato ao mesmo tempo, com as surpresas que a vida nos põe à mesa. Impressionado com alguns acontecimentos que parecem mensagem de outra dimensão e que de alguma forma nos dão prazer e deixando a mensagem curiosa de que nada nesse mundo acontece por um acaso.

     Percebemos em inúmeras situações, que tudo nesta vida tem uma razão de ser. Estupefato eu relaciono com o por vir, sem saber de fato o que poderá acontecer no ínfimo minuto à nossa frente. Mas por que será que isso acontece? Às vezes temos tudo nas mãos; a vida parece andar na linha do destino em sua total normalidade e de repente cambaleia pra lá e pra cá como numa corda bamba, desmoronando tudo que foi construído com muito suor e lágrima à dura pena, fazendo com que a sua existência volte para a estaca zero e tendo que construir dolorosamente, tijolo por tijolo novamente.

     Eu mesmo já estou acostumado à lhe dar com estes grandes acontecimentos na minha vida. Já cheguei ao ponto de me questionar várias vezes, por que a vida parece dar gargalhadas para umas pessoas e no entanto, para outras, tudo parece ser um castigo dos céus; parece que alguns vivem em um caminho tortuoso de tempestades e dificuldades até para conseguir sua própria sobrevivência.

     Não sei se posso dizer que ando nessa segunda versão; certo que para mim, particularmente nada vem fácil. Por mais simples que seja o sonho de construir algo, o caminho até atingir o objetivo é muito escorregadio e cheio de obstáculos. O pódio por mais próximo que esteja, parece estar mais distante do que se possa imaginar. Mesmo com toda essa dificuldade, enxergo uma esperança bem no final do túnel. Algo me diz que existe um campo aberto à me esperar.

     As agruras da vida, banhadas de todo esforço e sofrimento, me faz refletir de vez em quando, se toda esta dificuldade da vida, não seria um presente de Deus para uma evolução espiritual, uma oportunidade de aprender à desatar os nós, afastar os espinhos da estrada, abrir o meu próprio caminho para chegar ao pódio e receber merecidamente o troféu da vitória.

     Diante dessas oportunidades da vida, se posso mencionar dessas forma; percebo que nesse mundo terreno, a mente do homem precisa estar sempre ocupada para manter o seu equilíbrio. Passo pela vida de outrem e percebo que tudo tem nas mãos, se nem sequer procurar saber a dificuldade que o seu semelhante teria para adquirir o que eles tiveram sem o menor esforço. Mais uma vez reflito; diante da falta de oportunidade que eles não tiveram de cortar os espinhos, preparar o caminho para a grande satisfação de receber o troféu em cima do pódio, derramando todas as lágrimas de alívio, por ter conquistado com o seu mérito e aproveitado cada fardo pesado recebido da vida, levando dentro do troféu a alegria e sentimento de gratidão por ter recebido o presente da oportunidade que serviu para o seu próprio crescimento espiritual. UM PRESENTE DOS DEUSES.

 
 
Flávio Cavalcante