No tempo dos apelidos
NO TEMPO DOS APELIDOS
Miguel Carqueija
Tenho a impressão de que passou a moda das alcunhas. Tirando fora jogadores de futebol, políticos e artista, quase ninguém mais usa ou é alvo de apelidos. Posso estar enganado mas lembro de que, no meu tempo de criança, eram comuns os apelidos na vizinhança.
Ainda recordo alguns. Existiam por exemplo os Bandidos, creio que três irmãos donos de um bar. O apelido seria por conta de cobrarem muito caro. Pelo menos é o que minha mãe me contou...
O dono de uma papelaria era conhecido como o Nariz Esborrachado, não preciso dizer porque.
Um dos amigos do meu pai era chamado o Morrinha. Não sei se o cheiro justificava esse cognome.
E havia o dono de um estabelecimento de comida (já não lembro se era bar, mercearia ou o que; naquele tempo havia mercearias, coisa rara nos dias atuais) que o pessoal chamava o Porco Imundo. Preciso explicar o porque?
Até meu pai tinha um apelido, que ele mesmo arranjou. Ele fazia uma espécie de boletim datilografado, “Fofocando” com pequenas e inofensivas fofocas locais, e assinava como o Dragão. Mas todos os seus amigos sabiam quem era o Dragão...
Há décadas e décadas não ouço falar em apelidos ou alcunhas nos locais onde tenho morado. E já não conheço ninguém que tenha apelido...
Rio de Janeiro, 23 de janeiro de 2020.
NO TEMPO DOS APELIDOS
Miguel Carqueija
Tenho a impressão de que passou a moda das alcunhas. Tirando fora jogadores de futebol, políticos e artista, quase ninguém mais usa ou é alvo de apelidos. Posso estar enganado mas lembro de que, no meu tempo de criança, eram comuns os apelidos na vizinhança.
Ainda recordo alguns. Existiam por exemplo os Bandidos, creio que três irmãos donos de um bar. O apelido seria por conta de cobrarem muito caro. Pelo menos é o que minha mãe me contou...
O dono de uma papelaria era conhecido como o Nariz Esborrachado, não preciso dizer porque.
Um dos amigos do meu pai era chamado o Morrinha. Não sei se o cheiro justificava esse cognome.
E havia o dono de um estabelecimento de comida (já não lembro se era bar, mercearia ou o que; naquele tempo havia mercearias, coisa rara nos dias atuais) que o pessoal chamava o Porco Imundo. Preciso explicar o porque?
Até meu pai tinha um apelido, que ele mesmo arranjou. Ele fazia uma espécie de boletim datilografado, “Fofocando” com pequenas e inofensivas fofocas locais, e assinava como o Dragão. Mas todos os seus amigos sabiam quem era o Dragão...
Há décadas e décadas não ouço falar em apelidos ou alcunhas nos locais onde tenho morado. E já não conheço ninguém que tenha apelido...
Rio de Janeiro, 23 de janeiro de 2020.