CON_VIVER...
ASAS
“Condenado ao pensar é o que sou, nada mais. Quem convive tem de pousar sobre o que o intriga. Somos poucos.”
Joaquim Moncks
Com o passar do tempo, vou perdendo meus queridos, setas que julgo encaminharem-se num mesmo sentido, que vou pouco a pouco perdendo de vista, já que sua rota me escapa aos sentidos.
Tempos negros diriam alguns, tempos para chorar diriam uns poucos!
Eu me julgo ser apenas um condenado a pensar, e penso que quem convive tem de pousar sobre o que o intriga...
E esta etapa da vida me é intrigante, um mistério a se descortinar pouco a pouco, em seu próprio ritmo...
E a cada dia que passa vamos rareando...
Diz JM, que já somos poucos!
Que eu tenha asas, e possa planar sobre as consciências dos que ficarem...
Asas que não me levem ás raias das chamas de meus próprios enganos, dos meus desejos mais loucos, de minhas vaidades mais inconfessas!
Asas que me levem ao âmago de alguns corações bem humanos!
Mas, desejos a parte, conviver é um desafio e uma arte!
Que algum gênio nos dê condições de bem conviver com aqueles que estão próximos, posto que parece ser mais fácil de conviver com os que estão bem distantes...
É que para mim a proximidade traz mais sensações de posse, responsabilidades sobre o outro que a bem da verdade nem temos...
É que a proximidade forma na gente uma sensação de algo disforme, a qual temos que moldar, o que fazemos muitas vezes sem critério, como se a vida dos outros dependessem apenas de nossas vontades.
Conviver é assim um enorme desafio!
Como viver com a gente mesmo, e com o outro?
Toda a nossa ação parece legitima, mas será mesmo?
Quais seriam os limites para as nossas ações, e estes limites estariam na ética, na moral?
E mesmo estas não são disformes? Que se modelam conforme a passagem do tempo histórico, secular?
Conviver?
Qual será realmente o sentido oculto nesta atitude a qual todo ser está sujeito, ativamente e passivamente?
Terá algum sentido fora do físico, já que a história dos homens é em grande medida a história de seus corpos?
Já que o homem histórico é uma construção cultural e ideológica!
Conviver não pode ser só uma atitude de sobreviver...
Não pode ser só a satisfação de condições que favoreçam a perpetuação de um estado de vida que seja bom e agradável, não pode ser só o fazer o possível, conviver talvez seja o caminho para ultrapassar as limitações culturais e ideológicas as quais nos sujeitaram desde o nascimento, ás quais nos sujeitamos diariamente por opção, ou por falta de opção...
Conviver é viver com algo, com alguma coisa, com o outro!
Conviver não seria enfrentamento?
Não seria uma busca por saídas das crises a que estamos sujeitos, a que sujeitamos o nosso próximo, os nossos filhos, a nós mesmos?
Conviver não seria ter consciência de nossas crises, de nossos pecados e de nossas corretes?
Conviver não seria pensar?
Assim, sendo somos cada dia mais, poucos!
E mesmo assim estamos atrelados, moldados, presos e acorrentados a linhas de pensamento e de conduta seculares...
Quando seremos verdadeiramente livres? – Se não o somos enquanto viventes, o seremos apenas enquanto mortos?
Mas, ai já é adentrar dentro do mistério!
E se não sabemos de onde viemos como afirmar categoricamente para onde vamos?
Um dia todos os véus de Maia cairão diante de nossos olhos...
Enquanto isto, nós que questionamos, munidos das poucas ferramentas que temos, vamos rareando...
É JM, sinceramente, somos poucos, e mesmo assim nos conflitamos!
- A dialética nunca surgirá entre uns poucos vivos e inúmeros mortos!
Edvaldo Rosa
www.sacpaixao.net
03/08/2019
ASAS
“Condenado ao pensar é o que sou, nada mais. Quem convive tem de pousar sobre o que o intriga. Somos poucos.”
Joaquim Moncks
Com o passar do tempo, vou perdendo meus queridos, setas que julgo encaminharem-se num mesmo sentido, que vou pouco a pouco perdendo de vista, já que sua rota me escapa aos sentidos.
Tempos negros diriam alguns, tempos para chorar diriam uns poucos!
Eu me julgo ser apenas um condenado a pensar, e penso que quem convive tem de pousar sobre o que o intriga...
E esta etapa da vida me é intrigante, um mistério a se descortinar pouco a pouco, em seu próprio ritmo...
E a cada dia que passa vamos rareando...
Diz JM, que já somos poucos!
Que eu tenha asas, e possa planar sobre as consciências dos que ficarem...
Asas que não me levem ás raias das chamas de meus próprios enganos, dos meus desejos mais loucos, de minhas vaidades mais inconfessas!
Asas que me levem ao âmago de alguns corações bem humanos!
Mas, desejos a parte, conviver é um desafio e uma arte!
Que algum gênio nos dê condições de bem conviver com aqueles que estão próximos, posto que parece ser mais fácil de conviver com os que estão bem distantes...
É que para mim a proximidade traz mais sensações de posse, responsabilidades sobre o outro que a bem da verdade nem temos...
É que a proximidade forma na gente uma sensação de algo disforme, a qual temos que moldar, o que fazemos muitas vezes sem critério, como se a vida dos outros dependessem apenas de nossas vontades.
Conviver é assim um enorme desafio!
Como viver com a gente mesmo, e com o outro?
Toda a nossa ação parece legitima, mas será mesmo?
Quais seriam os limites para as nossas ações, e estes limites estariam na ética, na moral?
E mesmo estas não são disformes? Que se modelam conforme a passagem do tempo histórico, secular?
Conviver?
Qual será realmente o sentido oculto nesta atitude a qual todo ser está sujeito, ativamente e passivamente?
Terá algum sentido fora do físico, já que a história dos homens é em grande medida a história de seus corpos?
Já que o homem histórico é uma construção cultural e ideológica!
Conviver não pode ser só uma atitude de sobreviver...
Não pode ser só a satisfação de condições que favoreçam a perpetuação de um estado de vida que seja bom e agradável, não pode ser só o fazer o possível, conviver talvez seja o caminho para ultrapassar as limitações culturais e ideológicas as quais nos sujeitaram desde o nascimento, ás quais nos sujeitamos diariamente por opção, ou por falta de opção...
Conviver é viver com algo, com alguma coisa, com o outro!
Conviver não seria enfrentamento?
Não seria uma busca por saídas das crises a que estamos sujeitos, a que sujeitamos o nosso próximo, os nossos filhos, a nós mesmos?
Conviver não seria ter consciência de nossas crises, de nossos pecados e de nossas corretes?
Conviver não seria pensar?
Assim, sendo somos cada dia mais, poucos!
E mesmo assim estamos atrelados, moldados, presos e acorrentados a linhas de pensamento e de conduta seculares...
Quando seremos verdadeiramente livres? – Se não o somos enquanto viventes, o seremos apenas enquanto mortos?
Mas, ai já é adentrar dentro do mistério!
E se não sabemos de onde viemos como afirmar categoricamente para onde vamos?
Um dia todos os véus de Maia cairão diante de nossos olhos...
Enquanto isto, nós que questionamos, munidos das poucas ferramentas que temos, vamos rareando...
É JM, sinceramente, somos poucos, e mesmo assim nos conflitamos!
- A dialética nunca surgirá entre uns poucos vivos e inúmeros mortos!
Edvaldo Rosa
www.sacpaixao.net
03/08/2019