Casas

Vez por outra faço percursos pela cidade. De ônibus.

Para mim uma distração, higiene mental, como em tempos passados se dizia.

Ainda hoje usa-se esse termo.

Numa viagem recente passei por uns 4 bairros. Via casas antigas, não tão antigas, casas novas. Variados estilos arquitetônicos.

Fechadas, abertas, abandonadas.

Pensava: Essas casas... Quantas pessoas, famílias, residiram nelas e que não as conheci – jamais as vi.

Claro, é impossível isso.

Sim, muitas pessoas, cada uma com suas histórias de vida, as mais diversas situações, alegrias, tristezas, frustrações, vitórias.

As muitas realidades por elas vividas. Quantas se foram – já morreram. Ou mudaram-se para outras cidades, outros países.

Gostaria eu saber quais seriam essas realidades, os dramas, os contentamentos. Quão interessante seria.

Repito, é coisa impossível.

Jamais saberei. Como não saberei os nomes desses (as) personagens.

A vida segue, o tempo cronológico a passar, sem cerimônia, sem piedade. Não nos dá a menor satisfação.

Não.

Se soubesse eu um pouco de cada morador, detalhes do que eles viveram, o que passaram, bem...

... Escreveria um livro – ou mais de um, uns 10. Sim, escreveria.

Leitores, imaginem vocês, em suas cidades, pequenas, médias ou grandes, pensem nas casas, quantos moradores desconhecidos, aqueles que você nunca soube de suas histórias, vivências.

Quantas e quantas realidades...

Salatiel Hood
Enviado por Salatiel Hood em 22/01/2020
Código do texto: T6847865
Classificação de conteúdo: seguro