Já faz um tempo que venho tentando atualizar a minha última versão impressa numa folha de papel rascunho. Roteiro não segue um padrão capitulado a ser vivido em episódios de curta duração e com direção externa. Fosse assim, convocaria Inácio de Loyola prum chá, enquanto a veia bailarina, apresentasse sua dança clássica sem rodopios. Pras bandas de cá, saltam das prateleiras da justiça, revistas que apagam a dignidade da pessoa ou despem da alma seres do bem que tiveram suas vidas atropeladas por crimes inafiançáveis e sofrem por osmose a dor de ver os seus entre as grades. - Que culpa tenho eu das escolhas dos outros? Por outro lado, as prisões modernas são mais sutis quanto às consequências: um celular e acesso à internet, recursos suficientes para manter a pessoa num cubículo por horas e dias, com a ajuda, é claro, de um fast-food via aplicativo. As relações de convívio tornaram-se raras. Os encontros esporádicos e o filtro da imagem escondem o melasma, mas não o marasmo de uma vida com zoom, cujos sentimentos são líquidos demais para não se espalharem. Já passou da hora de você sair desse quarto (o alienado), já passou da hora de sair desse corpo (o obeso), já passou da hora de sair dessa casa (o filho infantilizado), já passou da hora de largar aquele homem (casamento) como se o tempo fosse o “vilão” e fôssemos nós o “mocinho” no nosso longa metragem sujeito à cortes tipo curta, no festival da vida. E haverá aqueles que ainda acreditam que merecem um Oscar ou prêmio tipo Festival de Cannes.