Coisas da vida

Não existe mensagem oculta, linguagem subliminar com objetivos obscuros de doutrinação forçada. Existe nada entre poeta e papel, nada além de um ciclo de rasgar-se e remendar-se até o último suspiro. É tão bonito isso!

________________________________________________________

Uma das melhores coisas que me acontece é descobrir um novo poema. Hoje redescobri Fernando Pessoa pela enésima vez. O Pessoa é meu poeta favorito, e ISTO passou a ser o meu poema do momento. O crédito da descoberta vai para Fábio Assunção que postou no seu perfil do instagram o segundo verso de ISTO, em homenagem ao aniversário do filho mais velho, João. Eu adoro o Fábio, mas isso é outro assunto...

Chego a sentir a melancolia do Pessoa - eu sinto melancolia em todos os versos e por todos os poetas que os escreveram em momentos de agonia insana - que joga na minha cara seu talento. Só me resta admirar.

Outra coisa que me acontece as vezes e conhecer músicas novas ou ser reapresentada a clássicos "esquecidos". Enquanto escrevo este texto escuto Calendário, de ANAVITÓRIA, que letra! Também é um poema, então dá no mesmo. Acho que minhas melhores descobertas giram ao redor das palavras. Mas não posso ignorar a melodia que me aperta o peito, efeito de quem sente tudo com muita turbulência.

A vida tem dessas coisas e é tão bonito a simplicidade do que me faz realmente feliz. Gosto de copiar à mão meus textos preferidos em um caderninho que fica em uma das gavetas da minha mesa de trabalho. Quando estiver cheio, vou carregá-lo na bolsa ou dar de presente para alguém que esteja precisando perder o juízo e questionar o mundo em que vive, ou simplesmente "ler" alguém que um dia questionou o próprio mundo e escreveu um PUTA texto sobre um assunto qualquer.

Não existe mensagem oculta, linguagem subliminar com objetivos obscuros de doutrinação forçada. Existe nada entre poeta e papel, nada além de um ciclo de rasgar-se e remendar-se até o último suspiro. É tão bonito isso!

@lorydmacedo