A "Ideia das Ideias", O Santo Graal.
O Santo Graal do Inconsciente. Onde estaria? Creio que na “Ideia das Ideias” como disse Paulo de Tarso. A “Ideia das Ideias”, nascedouro da inteligibilidade do mundo, configurando uma nova mensagem que alterou os padrões praticados então, mas que permanecem vivos e eloquentes, está em Jesus. São conhecidos esses padrões, vivos e eloquentes sim, mas ignorados como prática.
Como novidade que era, a oralidade de Jesus de Nazaré era vista sob o manto da restrição e do debate dogmático. E Quem debatia era uma pessoa desconhecida, mas revolucionária em termos de doação, e inebriava e conquistava até desafetos e inimigos que nunca viram nada igual.
E era infalível a indagação: por quê? Era o que se faz ainda hoje. Por que ser assim, doar-se, ser solidário, com boa vontade sem freios e barreiras, amando o próximo, distante do egoísmo.
Uma boa nova a inversão de tudo que contrariava o egoísmo. Como alguém podia se despojar de tudo que todos mais pretendiam; valores, honras, possessões, glórias, reconhecimento? E como praticar tudo isso contra meu ego prioritário em tudo; perguntavam os mesmos que até hoje estão encerrados em suas possessões.
Um ineditismo inacreditável para as aspirações humanas, todas barradas e circunscritas ao egoísmo. Na crucificação de hoje do Cristo repetem-se essas determinantes do caráter. Querem todos aparecerem com seu nome e influência máxima. Como? Ridicularizando e vilipendiando seu nome e a reverência que se deve a Quem somente amou. Para buscar fama que o talento inexistente não traz.
Nada na vida tem efeito sem causa precedente. E essa causa na busca da fama terá um preço, um efeito posterior. O tempo dirá.
Um legado intelectual enigmático e fascinante, o Santo Graal do inconsciente para muitos e, para outros, a obra de um louco que em um dado momento chegou a repudiar a humanidade. Essa visão enigmática nos foi dada por Jung.
Um mistério não decifrado pela psicologia é esse manuscrito que Carl Gustav Jung escreveu, O “Livro Vermelho”, inacabada construção, livro entre o profético, místico e psicológico, com confronto entre entidades de várias inclinações para o bem e o mal. O espectro dos ancestrais.
A intenção do grande mestre da vida anímica que desce de suas alturas para o palco consciente, nada mais é do que uma terapia pessoal, como se vê em tudo que se processa em pretendida forma artística que peca por irreverência, desrespeito e falta de talento muitas vezes, em tudo e todos.
Mas não deixa de ser uma permissibilidade para soltar seus demônios na movimentação de crise existencial.
O Livro Vermelho de Jung, é obra de uma mente em crise.
"Essa força espiritual submeteu o orgulho e a arrogância da minha capacidade de discernimento. Levou minha fé na ciência, me despojou da satisfação que a compreensão e ordenamento das coisas me proporcionavam, e deixou morrer em mim a devoção pelos ideais de nosso século. Me empurrou para as coisas mais simples, valiosas e elementares."LiberNovus -Carl Jung-
A sensação de ter nas mãos um mundo muitas vezes selvagem.Sua decepção com a humanidade fez com que desse esses mergulhos em seus infernos na procura do céu. Parece que não encontrou.
Vivemos em um mundo assim, indefinido, com valores conquistados e ofendidos. Por que conquistá-los? Para ofendê-los após?
Emergem da submersão de nós mesmos universos sombrios, difíceis, que não queremos reconhecer como nossos, mas que também constituem nosso ser autêntico.Nossas sombras.
Enquanto alguns levavam a mão à cabeça diante de todo aquele oceano literário habitado por árvores de sabedoria, cérebros reptilianos, dragões devoradores e a serpente kundalini, outros lembraram-se de um conselho que o doutor Jung lhes dava:
“Recomendo que escreva seus pensamentos, emoções e sensações em um livro muito bem encadernado. Pratique a visualização, medite, relaxe e, então, seu poder será liberado. Quando essas coisas estiverem em seu querido livro, você pode recorrer a ele para olhar suas páginas, e será para você a sua igreja – sua catedral -, o lugar silencioso do seu espírito onde encontrará renovação. Se alguém disser que isso é mórbido ou neurótico e você lhe der ouvidos, você perderá sua alma, e esse livro será sua alma”.
É a busca do Santo Graal que você tem no seu interior, seus céus e infernos. É preciso tentar ao menos achá-los.Longe dos arquétipos conceituados por porções políticas, de que tomaram o Cristo os "direitistas" ou outras nomenclaturas pobres.