Declaração de amor
1. Ontem, enquanto "o sol morria", eu lia, de Castro Alves (1847-1871), seus versos e um pouco de sua história.
2. Passeava pelas páginas de "Espumas flutuantes", de poemas encantadores, como "Adormecida", "A duas flores"...
3. Entregue inteiramente às rimas amorosas do Ceceu, até esqueci minha idade envelhecida e me senti como um jovem apaixonado deambulando pelos versos da boa poesia.
4. Antônio de Castro Alves tinha 19 anos quando, no dia 24 de janeiro de 1866, perdeu o pai. Ficou órfão no momento em que transpunha "as portas da celebridade", diz Archimimo Ornellas, um de seus biógrafos.
5. Mesmo abalado com a morte do seu genitor, Castro Alves continuou morando no casarão da Rua do Sodré, em Salvador, onde vivia com seu pai.
6. Abro um parêntese para informar aos senhores que tive a felicidade de conhecer o casarão do poeta, quando participava de homéricas patuscadas com meus colegas de faculdade. Idos de 1960.
7. Muito bem. Dizem os livros sobre o poeta de "Navio Negreiro", que em frente à casa do Sodré, moravam três jovens judias: Ester, Simy e Mary Amzalack. Todas alegres e bonitas.
8. Segundo Archimimo Ornellas, essas moças tiraram Castro Alves do "abandono" ao qual se entregara o Vate, após a morte do seu pai, desaparecendo do mapa.
9. Da janela do seu casarão, Ceceu fez amizade com as três lindas judias.
Galante, conquistador, envolvente, jovem de "desejos incontroláveis", versejou pras três moiçolas, conquistando o coração de uma delas. Qual, até hoje não se sabe, ressalta Ornellas.
10. No seu livro "A vida sentimental de Castro Alves", Archimimo escreveu: "O poeta deixava-se ficar horas esquecidas à janela do casarão do Sodré a ouvir-lhes as risadas ... De quando em quando uma delas aparecia à janela e sorria ao olhar insistente daquele moço pálido de cabeleira negra".
11. Admitiu-se que, embora tenha mandado para Simy o poema "Hebréia", Castro Alves gostava mesmo era de Ester. Archimimo Ornelas crê que fora Ester "a preferida do vizinho...", o versejador de "Vozes d'Africa".
12. Dei a esta crônica esse título: Declaração de amor". Para Ester, em "Pensamento de amor", Ceceu fez esta singular declaração:
"Ó! Diz-me, diz-me que ainda posso um dia/ De teus lábios beber o mel dos céus;/ Que eu te direi, mulher dos meus amores: / AMAR-TE AINDA É MELHOR DO QUE SER DEUS"".
Irretocável! Mesmo o poeta afrontando Aquele chamado o Incomparável.
13. Será que as meninas de hoje suportariam ouvir, do seu amor, versos pelo menos semelhantes a esses de Castro Alves pra Ester? Será que os meninos de hoje se arriscariam a conquistar uma "gatinha" declamando versos como os do mais romântico vate brasileiro?
Se lhes perguntasse, possivelmente eles responderiam: Coroa, isso é cafonice...
1. Ontem, enquanto "o sol morria", eu lia, de Castro Alves (1847-1871), seus versos e um pouco de sua história.
2. Passeava pelas páginas de "Espumas flutuantes", de poemas encantadores, como "Adormecida", "A duas flores"...
3. Entregue inteiramente às rimas amorosas do Ceceu, até esqueci minha idade envelhecida e me senti como um jovem apaixonado deambulando pelos versos da boa poesia.
4. Antônio de Castro Alves tinha 19 anos quando, no dia 24 de janeiro de 1866, perdeu o pai. Ficou órfão no momento em que transpunha "as portas da celebridade", diz Archimimo Ornellas, um de seus biógrafos.
5. Mesmo abalado com a morte do seu genitor, Castro Alves continuou morando no casarão da Rua do Sodré, em Salvador, onde vivia com seu pai.
6. Abro um parêntese para informar aos senhores que tive a felicidade de conhecer o casarão do poeta, quando participava de homéricas patuscadas com meus colegas de faculdade. Idos de 1960.
7. Muito bem. Dizem os livros sobre o poeta de "Navio Negreiro", que em frente à casa do Sodré, moravam três jovens judias: Ester, Simy e Mary Amzalack. Todas alegres e bonitas.
8. Segundo Archimimo Ornellas, essas moças tiraram Castro Alves do "abandono" ao qual se entregara o Vate, após a morte do seu pai, desaparecendo do mapa.
9. Da janela do seu casarão, Ceceu fez amizade com as três lindas judias.
Galante, conquistador, envolvente, jovem de "desejos incontroláveis", versejou pras três moiçolas, conquistando o coração de uma delas. Qual, até hoje não se sabe, ressalta Ornellas.
10. No seu livro "A vida sentimental de Castro Alves", Archimimo escreveu: "O poeta deixava-se ficar horas esquecidas à janela do casarão do Sodré a ouvir-lhes as risadas ... De quando em quando uma delas aparecia à janela e sorria ao olhar insistente daquele moço pálido de cabeleira negra".
11. Admitiu-se que, embora tenha mandado para Simy o poema "Hebréia", Castro Alves gostava mesmo era de Ester. Archimimo Ornelas crê que fora Ester "a preferida do vizinho...", o versejador de "Vozes d'Africa".
12. Dei a esta crônica esse título: Declaração de amor". Para Ester, em "Pensamento de amor", Ceceu fez esta singular declaração:
"Ó! Diz-me, diz-me que ainda posso um dia/ De teus lábios beber o mel dos céus;/ Que eu te direi, mulher dos meus amores: / AMAR-TE AINDA É MELHOR DO QUE SER DEUS"".
Irretocável! Mesmo o poeta afrontando Aquele chamado o Incomparável.
13. Será que as meninas de hoje suportariam ouvir, do seu amor, versos pelo menos semelhantes a esses de Castro Alves pra Ester? Será que os meninos de hoje se arriscariam a conquistar uma "gatinha" declamando versos como os do mais romântico vate brasileiro?
Se lhes perguntasse, possivelmente eles responderiam: Coroa, isso é cafonice...