Cara de paisagem
Não é tudo que cansa na vida. O que cansa é a falta de perspectiva, a estagnação. Caminhar vendo os mesmos cenários, sentindo os mesmos aromas, ouvindo os mesmos sons.
O que cansa é o lamuriar eterno, a cegueira espiritual,o incessante "não" às alegrias da vida.
Reciclar-se, é a tônica.Respirar novas fragrâncias, aceitar desafios, sentir frio na barriga... É como dar a volta por cima na mesmice nossa de cada dia.
Temos rotinas necessárias à vida, fato inquestionável.O que coloco é um não à acomodação ,um sim à busca de novos valores e interesses. Cresce-se em todas as etapas da vida. Ninguém fica escalado para ser exemplo de imutabilidade.
Há tempo para tudo, sim. Persistir em padrões ultrapassados, paralisantes, é cercear a liberdade natural da busca pelo auto-aprimoramento.
Sinto urgência em crescer, ver o mundo lá fora. Percorro novos caminhos, aceito desafios. Consigo equilibrar o sim e o não nesta altura da vida.
Sorvo delícias que não posso contar, pois essas, vivenciam-se! Não aceito estacionar.Celebro agora alegrias e ,é claro, driblo decepções com maestria. Tudo é vital para mim. Não penso em tão cedo me aquietar, se isso implica um cessar de crescimento.
Caminhando pela areia, à beira-mar, cato conchinhas, e sorrio , sem nenhuma nostalgia, relembrando fragmentos de infância que, agora, afagam o coração.
Em meu quarto, ouço jazz, sorvendo Amaretto em taça de cristal. Celebro a felicidade. Ultrapasso barreiras.
Digo não à "cara de paisagem"!