O pai misericordioso: uma reflexão

O pai misericordioso: uma reflexão

Diz que antigamente, lá pelos tempos de Jesus, o filho primogênito, depois do pai, detinha todo o respeito da família. Aconteceu que um certo pai tinha dois filhos, contou Jesus essa história uma vez, o filho mais novo pediu ao pai a sua parte da herança. O pai, mesmo desapontado, atendeu seu pedido. O pai era também uma das figuras mais respeitadas naquela época, nenhum filho ousava a faltar com respeito. Mas o filho mais novo fez e o mais velho, viu e ouviu calado, nada fez. Com sua atitude, metaforicamente, matou o pai e se foi.

Depois de repartir os bens em partes iguais aos filhos, o mais novo se foi. Gastou toda a sua herança em uma vida boemia. Lá, na lama, no fundo do poço, lembrou-se do pai, da vida boa que tinha dantes. Engoliu sua vergonha, vestiu-se de coragem e foi pedir perdão ao pai. Como bem disse Bertrand Russell: “Os nossos pais amam-nos porque somos seus filhos, é um fato inalterável. Nos momentos de sucesso, isso pode parecer irrelevante, mas nas ocasiões de fracasso, oferecem um consolo e uma segurança que não se encontram em qualquer outro lugar”, o filho foi perdoado, e o pai quis festejar sua volta. Devolveu sua dignidade vestindo-lhe a melhor túnica, pondo um anel no dedo e sandálias nos pés.

O filho mais velho, vendo a cena, ficou revoltado. Ficou revoltado, mas quando pôde fazer algo que poderia ter evitado o desrespeito de seu irmão a seu pai ao pedir a herança, nada fez. Serviu-se também da situação, pois também recebeu sua parte na herança. Realmente ele não teve culpa pela atitude de seu irmão, todavia, diante da cena que deveria lhe causar revolta, que foi a falta de respeito de seu irmão para com seu pai, nada fez. Causou-lhe revolta uma cena de amor, de acolhida, de festa. E jesus não pôs o fim em sua história: ele entrou na festa, perdoou seu irmão?

Assis Silva

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