O Velório
"3. Já o costume de velar os corpos tem outra origem. É provável que esse ritual tenha surgido na Idade Média, quando muitos dos utensílios domésticos, como copos e pratos, eram fabricados com estanho. As famílias com mais posses utilizavam copos desse metal para consumir bebidas alcoólicas, porém, a mistura das substâncias poderia deixar o sujeito “no chão”, causando uma espécie de narcolepsia. Quando encontrado, o corpo era recolhido e colocado sobre uma mesa. Assim, a família fazia uma vigília para ver se o “morto” iria acordar.
4. O nome “velório” surgiu das velas. O fato é que, sem luz elétrica na época, as pessoas passavam as noites segurando velas enquanto vigiavam o falecido. Daí a expressão “velar” o corpo.
5. Algumas religiões dizem que o velório deve durar 24 horas porque o espírito ainda está presente no corpo.
6. O povo hebreu criou o costume de sepultar os mortos, posteriormente adotado pela Igreja Católica." - Wikipédia.
Esse momento é muito doloroso para todos nós. Inaugura-se o luto com o velório. A família, os amigos, conhecidos, colegas de trabalho, curiosos, todos se juntam para a despedida do corpo. Quanto ao espírito, a crença de cada um explicará seu destino. Mas o fato é, que quando os vivos se encontram, há prosas, conversas, saudades, casos, abraços, risos, alguma alegria incontida até. Com esses dias corridos, quando ficamos tempos sem nos encontrar uns com os outros, é impossível não mostrarmos alegria no reencontro, ainda que seja na paisagem de dor e tristeza pelo passamento de quem amamos. Faz parte do luto: pesarosos e doídos, mas ciosos de que havemos de continuar a tocar as nossas vidas, apesar da falta dolorosa da pessoa que partiu. De uns tempos para cá eu compreendi a humanidade dessa cerimônia. Fui a um velório certa vez, acontecendo nesse clima que já narrei. De repente, um homem tomou a palavra e em alto tom, passou um pito nas pessoas que estavam conversando, se abraçando e até sorrindo por causa dos casos cochichados. Bradou, com a autoridade que lhe deu o espanto de todos, por ser inusitado. Tinha ele suas razões... Mas eu imaginei que meu amigo deitado no caixão, se pudesse, levantaria de mansinho e diria ao dono da palavra, com delicadeza e cuidado, que não nos impedisse de fazer o que os vivos fazem: sobreviver!