MEDO E ESPERANÇA.

Sobre ter medo sou imunizado, medo de pessoas, de meus iguais, tenho receio de suas ideias, elas definiram os povos, suas vitórias ou derrotas.

Impulsionadas para o bem, consagraram a liberdade do homem, em contrário, enegreceram páginas da humanidade, a escravidão pura e simples, liberdade de ir e vir, finalizando na escravidão da escolha pública da representação, sonegada a educação, ausente permanentemente, que os Estados têm obrigação de conferir, ao menos no ensino fundamental. Sua falta não deixa distinguir. A apreensão de algumas letras disfarça um aparelhamento inexistente e não deixa a comunicação elevar-se.

Se eternizam no poder adquirentes de consciências, criam redutos invioláveis, inexpugnáveis tendo como barreira o analfabetismo que analfabetos pensam ser razões de avanço, empunham como bandeira, formando exércitos comprados muitas vezes e quase sempre pela necessidade que alimentam. O objetivo são os miseravelmente provisionados, que se acham soldados de uma revolução que não chegará, pois se finaram as que aconteceram mostrando seus frutos podres.

Tenho medo sim, da coragem.

Tabelam-se preços para todos; que têm preço.A impunidade comanda comandantes e comandados. Subsiste em alguns o medo de ideias sepultadas pelas experiências desastrosas e bailando em ameaças pontuais.

Caminhamos visitados por desgovernos, onde a promessa sempre foi ficção e a letra da lei hipótese. É o padrão da história humana. Nenhum privilégio temos nessa escalada. Extinguir o processo de apuração de ilícitos é sempre o propósito. Os processos de absurdos jurídicos, quando conveniente, dormem nas gavetas. São os porões da conveniência inconveniente.Mudou-se o conceito da honra.

A honra do honrado, já o disse aqui, repele a tortura da consciência e o sufrágio da benesse que oculta, do favor que desmerece, da doação do obséquio que pede troco, a retribuição que achaca e tem péssimo odor. Caminhar para barrar apurações ou não decidir o que está posto, revela a bondade desprezível dos que transigem escondendo culpas, dos que cedem para não ter necessidade de exigir, dos que dão a fim de que nada lhes peçam, dos que tudo externam por se divorciarem de suas obrigações.

A esperança é que se forme o poema dos dias e das noites recusando fortemente a insidiosa corrupção e a fraude, que retiram de todos nós direitos invioláveis das liberdades individuais, conquistados com muito sofrimento e sangue, como acontecido, páginas da história viradas para ensinamento dos homens, sem muito proveito.

Ter medo é renunciar à vida. Nada é possível construir se o medo se avizinha.Por isso, mesmo sem divisar grandes melhoras pelo que a vida e a história ensinaram, força é manter acesa a chama como dos "deuses Lares" romanos, onde estão aqueles que mais amamos e nos dão alento para que não se apague a esperança.

Celso Panza
Enviado por Celso Panza em 16/01/2020
Reeditado em 16/01/2020
Código do texto: T6843495
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2020. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.