PREMIO NOBEL. LIBERDADE, MAIOR VALOR HUMANO. LIU XIABO.

ESCREVI EM 2010 NO VOTE BRASIL. SITE EXTINTO, ONDE EU E MAIS QUATRO COLUNISTAS ESCREVÍAMOS COM 3000 ACESSOS DIÁRIOS.

O mundo assiste mais uma vez o martírio de quem dá sua liberdade para por ela lutar.

Liu Xiabo, professor, crítico literário e ensaísta, sofre na prisão, no cárcere, as dores de quem apenas quer ser livre, opinar responsavelmente pelo direito de todos de ter opinião própria e por ela responder nos limites racionais e legais, sem obstrução plena de convicções legítimas.

E nada há de mais legítimo do que a liberdade de expressão. O artigo 35 da Constituição chinesa mandamenta que os cidadãos “gozem de liberdade de expressão, imprensa, reunião, associação, desfile e manifestação”. Na verdade é um “direito” ficcional, uma miragem, irreal pois. A mentira legal, valha o paradoxo, tão própria dos regimes tiranos que garantem direitos só no papel.

A manifestação de LIU XIABO, “Carta 08”, eclodiu na internet chinesa e exasperou a perseguição que o Estado encetava contra sua pessoa.

Em país de um bilhão e duzentos milhões de pessoas, muitos estão satisfeitos com seu regime paradoxal, regime fechado de partido restritivo e liberdade de mercado, vigiada. Há razões de Estado, justificam alguns. A crescente economia que chegará brevemente próximo ao topo satisfaz a demografia controlada.

Muitos defendem a prepotência do Estado firmados em que um país de tal densidade populacional não pode ter uma liberalidade democrática comum, normal. O apanágio do dizer e contrariar o que se diz. Ser ou não ser, leia-se o bardo. Essa é a questão; a certeza ou incerteza? That is the question.

Mas nada há de mais necessário do que a liberdade do homem, ela não pertence a ninguém, muito menos ao Estado, seja qual for a sua população. O Estado existe por vontade do homem, justamente para garantir seus direitos nascidos da liberdade, organizando-a. A liberdade é maior que a vida. Muitos por ela se imolaram. Melhor viver lutando pela liberdade de dizer, transitar, manifestar-se livremente, ou morrer se pelo Estado cerceado nesses direitos fundamentais. O exemplo destacado dessa ignomínia nas Amáricas é Cuba.

Conquistada com sangue e suor humanos, caríssima moeda, a liberdade tem um ponto comum; o respeito que todos devem a todos e o Estado ao ser humano. Nessa simbiose de intenções, na mescla da troca dos interesses sociais, econômicos ou morais, não pode nem deve haver limitações desnecessárias, a não ser que a ausência de boa fé norteie a intenção. Ou então uma máxima e insuperável ignorância.

Celso Panza
Enviado por Celso Panza em 15/01/2020
Reeditado em 15/01/2020
Código do texto: T6842393
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