E AGORA, LULA

E AGORA, LULA

(Uma satíra a JOSÉ, de Carlos Drumond de Andrade)

E agora, Lula?

Que o mensalão surgiu,

O PT se apagou,

O Roberto se abriu,

O Lula se fechou

E agora, Lula?

E agora, você?

Você tem um nome,

Que zomba do povo,

Você lá do Planalto

Que arma o protesto?

E agora, Lula?

Está com Marisa,

Mas está sem discurso,

Está sem caminho

Você pode até beber,

Charutos de Cuba

Pode até fumar,

Não pode se defender,

O Planalto esfriou,

Outro dia não veio,

O riso também não

Não vejo futuro algum,

Ser político é utopia

E tudo acabou

O mensalinho fugiu

Tudo se foi

E agora, caro Lula?

E agora, Lula?

E a sua palavra?

Seu discurso quente,

Está em jejum,

Seu livro vermelho,

E o jargão do PT,

Seu terno de linho,

Sua incompetência,

O ódio do povo,

E agora?

A chave mão,

Quer abrir o Palácio,

Não existe Planalto,

Quer morrer na praia,

A água acabou

O mar secou

Quer ir ao Nordeste,

Nordeste não há,

Lula, e agora?

Se Lula gritasse,

Se pudesse gemer,

Se tocasse pra frente,

A reforma agrária,

A reforma política,

A reforma tributária,

Sem na praia morrer...

Mas você não morre,

Você é duro, Lula!

Sozinho em Brasília,

Qual bicho do mato

Sem letras,

Sem filosofia,

Sem um muro

Para se encostar,

Sem Dirceu,

O negócio é fugir,

Mesmo a galope

Apenas anda,

Lula, para onde?

tancredo
Enviado por tancredo em 07/11/2005
Código do texto: T68420