Analisando "Entre a serpente e a estrela" (Zé Ramalho)

Bem, caro leitor, essa crônica é apenas uma tentativa de tirar o tédio deste que vos escreve, não tenho intenções de tornar isso um hábito (ou talvez tenha né). Minha análise é própria, pode ser diferente da de vocês e até do próprio Zé Ramalho (artista pelo qual tenho grande admiração), então se discordar de algo aí embaixo, sossega! (No máximo deixa um comentário aí, de forma respeitosa tá.) A organização vai ser um parágrafo para cada estrofe.

"Há um brilho de faca

Onde o amor vier

E ninguém tem o mapa

Da alma da mulher"

Dá vontade até de cantar só de ler, no início da estrofe temos "Há um brilho de faca onde o amor vier", essa frase significa ao meu ver que há confusão, dor, tristeza no amor, que temos uma maior possibilidade de se machucar quando estamos apaixonados. Já no final, demonstra que ninguém entende os sentimentos de uma mulher, diria eu, até de um homem, todos estamos entregues aos mistérios do coração de um ser, ninguém sabe como a pessoa amada realmente se sente perante aos seus desejos.

"Ninguém sai com o coração sem sangrar

Ao tentar revelar

Um ser maravilhoso

Entre a serpente e a estrela"

A própria estrofe já diz tudo, ninguém não saí machucado depois de tentar conquistar a pessoa amada, mesmo que no final dê tudo certo, sempre vão existir episódios desagradáveis e se tudo não der certo, aí é capaz de toda a história ser bem ruim (pra não dizer horrível).

"Um grande amor do passado

Se transforma em aversão

E os dois lado a lado

Corroem o coração"

Aqui eu tenho duas interpretações, a primeira é que o eu lírico possivelmente tinha uma amizade com a sua amada e depois que se declarou a mesma, ela não aceitou e a antiga relação de amizade entre os dois acabou desaparecendo e se tornando em estranheza. A segunda é que às vezes quando um relacionamento "dá certo" o tempo pode enfraquecê-lo e todo aquele amor acaba desaparecendo.

"Não existe saudade mais cortante

Que a de um grande amor ausente

Dura feito um diamante

Corta a ilusão da gente"

Aqui fala do sentimento de perca de um amor mal sucedido, e o quanto isso machuca uma pessoa, cortando todos os sonhos e desejos que o eu lírico teria pela amada.

"Toco a vida prá frente

Fingindo não sofrer

Mas o peito dormente

Espera um bem querer"

É o velho empurrar o problema com a barriga, o eu lírico tenta continuar vivendo como se nada tivesse acontecido, fingindo pra si mesmo e para os outros que superou o trauma, mas na verdade ele quer a amada de volta e alimenta constantemente essa tóxica ilusão.

"E sei que não será surpresa

Se o futuro me trouxer

O passado de volta

Num semblante de mulher"

Bom, aqui vemos que o eu lírico é o típico "gado", o cara não superou de fato a sua rejeição e espera encontrar sua antiga amada (ou atual né) em outra pessoa, um erro gravíssimo que ninguém deve cometer, mas sempre nos esquecemos disso quando nos metemos nessas situações não é mesmo?!

"O passado de volta

Num semblante de mulher"

Colocar essa última parte porque sempre bate aquela dorzinha no peito quando escuto.

Enfim, essa foi a minha análise dessa bela canção, a composição não é original do Zé Ramalho vem da canção "Amarillo by morning" do cantor norte-americano George Strait, mas a letra é de Aldir Blanc (compositor brasileiro). Uma bela canção que fala sobre esse grande sofrimento do amor não correspondido (e como não passar por isso), é uma dor profunda, mas não é o fim do mundo, lembre-se, caro leitor: se algo estragar muito a sua cabecinha, faça terapia!

Abraços.