CADEIRA ELÉTRICA
CADEIRA ELÉTRICA
14jan20
Dizem que nós mineiros, somos solidários na doença. Parece que nem isto somos mais.
Nossas leis, tão ultrajadas nas últimas décadas, preservam, pelo menos na letra fria, o direito à vida. Vimos o massacre de Mariana e pouco tempo depois o genocídio cometido pela mesma empresa, em Brumadinho onde mais de duas centenas de vidas foram exterminadas, dolosa e culposamente, exterminadas. Onde estão os responsáveis? Passeando pelo Caribe, ilhas Gregas e outros paraísos enquanto o dinheiro compra tal “liberdade”. Vemos isto em todos os cantos e lugares neste Brasil que não é o de meu Deus, onde pessoas de mãos sujas lavam suas mãos com Champagne. A destruição de uma nação onde suas riquezas foram surrupiadas por aqueles que a ignorância e a insensatez de um povo, deu o poder. Bandidos que fizeram nascer um Don Quixote que sem armas enfrenta solitariamente togados e outras excelências em seus ofícios escusos e a ele nos juntamos como se Sancho Pança fôssemos, nessa cruzada pela honestidade. O que vemos agora é o estertor de uma conterrânea: Mineira e pioneira em sua arte, criada para satisfazer a sede na alegria com copos, taças e canecas de louras, negras e ruivas geladas. E nós mineiros o que fazemos? Piadas sobre o leito de morte daquela que pela injusta avidez pela notoriedade, está sendo assassinada. Onde está a ANVISA, carrasca dos pequenos e protetora das grandes empresas que nos dão em doses cavalares sob o nome de remédio os venenos que nos tornam dependentes eternos Cadê a ANVISA que exerce controle ferrenho sobre os tratamentos naturais nos proibindo de comprar processados e potencializados como fármacos aquilo que encontramos no sacolão. Cadê a ANVISA que não foi capaz de estabelecer de forma eficaz que a cada lote de produção de qualquer bebida, uma amostra seja química e fisicamente analisada antes de se comercializar o produto. Cadê os sábios doutores da lei que não usam aqui o art 5º inciso 57 da Constituição Federal: “ Ninguém será considerado culpado até o transito em julgado de sentença penal condenatória”, que tem libertado tantos facínoras, e ao seu arrepio condenam esta Mineira a morte deixando em liberdade os verdadeiros culpados, sejam quais forem, mais uma vez.
Hoje tomamos cerveja sentados em cadeiras elétricas.
A BACKER como nós é mineira e está sendo condenada por uma exposição pública que não é aplicada a outros ou veementemente combatida com o rigor da lei. A BACKER é minha, ou de meu irmão, de um amigo ou de um amigo de nosso amigo, assim somos nós mineiros que habitamos no ventre dessa roça grande encravada nas montanhas que nos uni. Mais do que a BACKER, a honesta justiça precisa de nós e no dia em que ela alcançar a vitória punindo os verdadeiros culpados, que todos nós brindemos com um copo de “belo-horizontina”.
Geraldo Cerqueira