ESCOLA DE MENTIRAS
As vezes chego a pensar que o mentiroso é um ficcionista incompreendido. Claro que devem ser analisadas as circunstâncias tais como o caráter e a intenção do indivíduo.
O que eu acho curioso é que ele é o autor, diretor e intérprete de sua própria criação, o que nos faz pensar que o sujeito convence a si mesmo de tal maneira que nesse processo ele adquire um poder de persuasão irresistível para com a sua vítima.
Não chegamos a assumir um papel como esse de tamanha gravidade mas pela vida a fora vamos criando personagens que possam “justificar” as nossas inverdades tipo o famoso “jeitinho brasileiro.”
Conscientemente ou não formamos uma “Escola de Mentiras” quando, por exemplo, pedimos a uma criança da família que atenda ao telefone:
“- Se for fulano diga que não estou.”
Com essa atitude desvirtuamos a face mais preciosa da infância que é a sinceridade.
Na política o rosto da mentira fica mais evidente quando os candidatos a cargos eletivos fazem promessas que não poderão ser cumpridas. O pior de tudo é que nós acreditamos que a solução dos nossos problemas políticos sociais poderão ser resolvidos por figuras messiânicas ignorando que a solução pode ser encontrada na nossa consciência de cidadania.