Somos quem podemos ser...
Ela não tem ambições. Profissão. Tempo para si mesma. Vontade própria. Talvez até sonhos – se os tinha, não mais. Em relação à escolarização, tem apenas o Ensino Médio. Desde os dezessete anos de idade é mãe; hoje, é digna dos seus trinta anos. Há três, deu à luz uma menina. Agora são dois filhos para os quais se dedica o tempo todo, todo o tempo. O esposo... bom, às vezes colabora nas tarefas domésticas, quando pode ou quer ou é obrigado a fazer. Diz que trabalha muito e chega exausto em casa. Também, não é pra menos, atua como professor de educação básica, têm inúmeras obrigações para dar conta: planejamentos, correções de provas, testes... mal tem tempo. Mas... e ela? Será que também não é tão atarefada quanto o marido? Para este, não. Já que não ‘trabalha’, é dever dela zelar por todos – e esse TODOS, óbvio, o inclui.
Nesse caso, quem cuida ou zela por essa esposa, essa mãe, essa trabalhadora do lar? Ela mesma. Somente. As mulheres são as operárias domésticas que giram em torno da rainha, melhor dizendo: do rei. Quantas não deixam de sonhar, qualificar-se profissionalmente, se realizar enquanto pessoa?! Quantas priorizam a criação dos filhos, sua educação, seu desenvolvimento, e, ao mesmo tempo, se esquivam, se diminuem, se anulam?! Quanto a isso, os maridos não se preocupam, afinal não são eles que adiarão seus propósitos, aspirações ou que se sobrecarregarão – tanto no trabalho lá da empresa quanto no de casa – elas, sim. A carga mais densa sempre recai sobre nós, as de sexo frágil – quanta ironia, não? Quando mães e atuantes no mercado de trabalho (ao mesmo tempo) conseguem tempo, uma forma, de levar o filho ao médico, ao dentista, ir à reunião escolar... tentamos dar conta de tudo quase sempre sozinhas.
Há casos em que os cônjuges buscam certo equilíbrio, cooperação. Isso é o ideal. Mas o ideal nem sempre é possível de ser colocado em prática... Ser pai e mãe está se tornando cada vez mais difícil; em contrapartida, tornar-se pai e mãe é fácil, qualquer um pode.
Ela não tem ambições. Profissão. Tempo para si mesma. Vontade própria. Talvez até sonhos – se os tinha, não mais. Em relação à escolarização, tem apenas o Ensino Médio. Desde os dezessete anos de idade é mãe; hoje, é digna dos seus trinta anos. Há três, deu à luz uma menina. Agora são dois filhos para os quais se dedica o tempo todo, todo o tempo. O esposo... bom, às vezes colabora nas tarefas domésticas, quando pode ou quer ou é obrigado a fazer. Diz que trabalha muito e chega exausto em casa. Também, não é pra menos, atua como professor de educação básica, têm inúmeras obrigações para dar conta: planejamentos, correções de provas, testes... mal tem tempo. Mas... e ela? Será que também não é tão atarefada quanto o marido? Para este, não. Já que não ‘trabalha’, é dever dela zelar por todos – e esse TODOS, óbvio, o inclui.
Nesse caso, quem cuida ou zela por essa esposa, essa mãe, essa trabalhadora do lar? Ela mesma. Somente. As mulheres são as operárias domésticas que giram em torno da rainha, melhor dizendo: do rei. Quantas não deixam de sonhar, qualificar-se profissionalmente, se realizar enquanto pessoa?! Quantas priorizam a criação dos filhos, sua educação, seu desenvolvimento, e, ao mesmo tempo, se esquivam, se diminuem, se anulam?! Quanto a isso, os maridos não se preocupam, afinal não são eles que adiarão seus propósitos, aspirações ou que se sobrecarregarão – tanto no trabalho lá da empresa quanto no de casa – elas, sim. A carga mais densa sempre recai sobre nós, as de sexo frágil – quanta ironia, não? Quando mães e atuantes no mercado de trabalho (ao mesmo tempo) conseguem tempo, uma forma, de levar o filho ao médico, ao dentista, ir à reunião escolar... tentamos dar conta de tudo quase sempre sozinhas.
Há casos em que os cônjuges buscam certo equilíbrio, cooperação. Isso é o ideal. Mas o ideal nem sempre é possível de ser colocado em prática... Ser pai e mãe está se tornando cada vez mais difícil; em contrapartida, tornar-se pai e mãe é fácil, qualquer um pode.
União dos Palmares/AL, janeiro de 2020.