A CORRIDA COMERCIAL E DESCARTÁVEL DOS RATOS
Há quem não perceba qual é o limite entre o falar e ser ouvido! E pessoa, por exemplo, que se gabe por achar que suas palavras são a maior expressão de inteligência e sabedoria! Essas igualmente não percebem que sua expressão, o conteúdo que transmitem pode por vezes expor, ofender e até matar pessoas ou um grupo silenciosamente! Constatamos que existe uma “corrida desenfreada de ratos” em busca de lucro e sucesso instantâneo. E os que participam dessa empreitada não respeitam sequer o que o outro tem a dizer, quanto mais os valores e princípios que cada um carrega consigo. Outrora o que se almejava expressar em meio à sociedade trazia em si valores mais densos e polidos na intenção também de contribuir com o desenvolvimento social! Na verdade o que percebemos é que a vida de alguns lados tem se tornado cada vez mais comercial e descartável!
O Brasil é um país que em sua própria Constituição Federativa Cidadã(1988) traz em si princípios de garantias e direitos fundamentais, que buscam além de tudo a liberdade e a justiça. Não obstante a isso não é impraticável compreender que há em alguns meios sociais os que tentam subverter as normas, os fundamentos e valores ali inseridos. Para nossa reflexão, temos como ilustração nos termos do inciso IV, do artigo 5º, que “é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato”. Adiante nessa lei maior, que “é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença”. Em meio ao elencado, temos ainda que a Carta Magna prevê como fundamentos de um Estado Democrático a cidadania e a dignidade da pessoa humana. E busca-se com isso a promoção do bem a todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação. Nesse entendimento temos notadamente que a liberdade de expressão de um se encerra onde começa a integridade do outro.
Portanto liberdade não compreende agir sem limitações. Não existe definitivamente liberdade absoluta! Quem age com livre-arbítrio e se pretende com autonomia traz em si muitas responsabilidades, desde o primeiro dia de seu nascimento. Não apenas obrigações primárias e individualistas, mas que unicamente por existirmos, representamos a grandeza do ser humano. Quem não observa, não age na promoção social está fadado a sofrer consequências drásticas do mundo, que não se sensibiliza com aquele que se torna um selvagem na destruição da igualdade, da fraternidade, dos direitos humanos e consequentemente da obstrução a paz. E nas palavras do estadista britânico, Wilson Churchill, “todas as grandes coisas são simples. E muitas podem ser expressas numa só palavra: liberdade; justiça; honra; dever; piedade; esperança”. De certo então que não nos custa advertir que a corrida dos ratos por si só já é prenúncio de que o tiro sairá pela culatra!