VOLTANDO AOS TEMPOS DOS DINOSSAUROS
Nasci em 1938, portanto atualmente, estou com 84 anos de idade.
Certa vez conversando com um vizinho que era mais ou menos da minha idade relembrando os filmes que nós já havíamos assistido, ele saiu com essa:
“- Gilberto, tu já te deste conta que nós somos do início do século?” Que somos do século do Wyatt Earp?” Que somos uns dinossauros?”
Hoje pensando sobre o que ele me disse, vejo que apesar da força de expressão, ele não deixava de ter razão porque as vezes quando faço uma citação referindo-me a um artista da minha geração, dirigindo-me uma pessoa mais jovem, percebo que ela desconhece. É nessa hora que me dou conta do significativo espaço de tempo que nos separa.
O mesmo acontece com os amigos e parentes que se mudaram para o outro lado da vida.
As vezes no ímpeto de consultá-los sobre um assunto que nós vivenciamos, nos damos conta de que eles não estão mais entre nós. Aí a frustração e a presença da ausência nos tocam com mais intensidade.
O meu irmão que está atualmente com 90 anos, me contou que uma bisneta tomando conhecimento da idade dele lhe perguntou:
“- Bisa tu viste os dinossauros?”
Não sei o que ele respondeu mas se a pergunta fosse pra mim e se ela tivesse a capacidade de entender eu lhe diria:
“- Um pelo menos eu vejo todo o dia quando me olho no espelho.