Sapatilhas de pétalas (BVIW)
De manhãzinha, gosto de caminhar descalça na grama do jardim, então retiro minhas “sapatilhas de pétalas” e passeio à sombra do cedro e entre alguns vasos com flores amarelas e brancas. Deixo o celular por perto, pois sempre aparece algum beija-flor e penso em fotografa-lo, mas quando ele surge é rápido e sua imagem linda fica só em meu olhar.
Nesses minutos especiais, deixo-me envolver pelas cores e sons dos pássaros livres, em alvoroço, CANTANDO SEM CHUVA, e quando eles silenciam por um breve tempo, ouço mais forte a “conversa” entre sinos de vento, pendurados no alto da janela.
Aos poucos, percebo que tudo à minha volta nesse pequeno e encantado jardim pulsa “cantando” a música da Vida, do desabrochar das rosas e dos gerânios, das gotinhas de orvalho e até da ausência do bem-vindo louva - a - deus... Às vezes, eu gostaria de parar o Tempo para que essas sensações permanecessem e as lágrimas recentes fossem só, de alegria, entretanto aquieto-me e busco minhas sapatilhas no floreira de pedras, onde as deixei, e percebo que meu Vento menino as levou... E, emocionada volto ao título da crônica: “Sapatilhas de pétalas”, inspirado, nas “Bailarinas” de Degas...