404 anos
Resido aqui, em Belém, Amazônia. Há outros brasileiros morando em Natal, Rio Branco, Porto Alegre, Macapá, Belo Horizonte, Salvador, Cuiabá, Goiânia. E em tantas outras cidades, menores, as do interior.
Há os moradores das florestas. E às margens de rios, os ribeirinhos. Os índios. Muitos estão no sertão, em serras, em cerrados.
Agora, dia 12, a cidade (Belém) aniversaria. Faz 404 anos. Quão inspiradoras são suas ensolaradas manhãs. Por entre as mangueiras ando, no centro.
O Teatro da Paz. Perto, o Bar do Parque. Vou ao Ver-o-Peso, reduto turístico. E a vontade de tomar açaí com peixe frito, farinha, água com gelo. Mesmo os mendigos a nos incomodar. Querem moedas. Querem comer.
A Basílica de Nazaré, da Virgem. A Catedral da Sé. Em outubro o Círio. As praças da República, a Waldemar Henrique, Batista Campos.
Porto da Palha, Barreiro, Icoaraci, Vila da Barca. O Porto do Sal, as praias de Outeiro. Mercado de São Braz. Cinema Olympia, o Estádio Mangueirão (do clássico RE x PA).
Aldeia Cabana, os casarões da Campina. Palacete Bolonha, as aparelhagens, o Forte do Castelo, Portal da Amazônia.
O carimbó dos mestres Lucindo, Verequete. E Pinduca. Metrópole violenta
Belém, namorada. As noites enluaradas, as chuvas da tarde, mormaço a nos agoniar. As morenas dengosas.
Parabéns pelo aniversário, Cidade das Mangueiras! Uma jovem de 404 anos.