Clara e Adriana, dormem! (07/01/2020)
Eu estou ficando cansado desse tipo de notícia. Desta vez, foi um duplo homicídio. Terça-feira, 07 de janeiro de 2020 será inesquecível para a família de Clara e Adriana: uma acabara de fazer 18 e a outra estava com 20 anos de idade.
“Balaços”, “tirambaços...” - Tiveram morte instantânea. Quantos desejos frustrados...- Isso é o que eu chamo de morte prematura. Uma tragédia! Sei lá que nome dá!
Catolé do Rocha sempre foi uma cidade afeita às páginas policiais. O atentado à bala ocorreu na praça pública que fica em frente à prefeitura. Mas, na praça? Devia ser proibido cometer crime na praça não é não?. A praça não é um lugar para se morrer, a praça é um lugar para se viver... – Ali, os sonhos são iniciados; não, interrompidos.
Na praça, a primeira queda; na praça, o passeio de mãos dadas; na praça, o primeiro beijo; na praça, a lembrança de meu pai e de minha mãe... Os olhos de todo mundo. Ali tudo é criança. O tempo não passa na praça. Ele fica vigiado, geralmente, pela igreja matriz.
As duas, caídas, sob poças de sangue, sem vida, para os flashes de indiferentes, coitadinhas. Então, seus últimos fôlegos. O que fizeram para merecer tais desfechos? Não, não me digam. Não quero saber.
A polícia esteve no local realizando os procedimentos de praxe, até a chegada da perícia. Este é o terceiro homicídio registrado em Catolé do Rocha só agora em 2020. Quantos ainda hão de haver ao longo deste ano...?
Mas, a morte não é o fim... “Até que o espirito volte a Deus, que o deu”. Pensemos que Clara e Adriana dormem, até serem acordadas por uma voz lá no céu.