Praça
Vez por outra passo naquela praça, antiga, aconchegante. Algumas vezes, pela manhã.
No tempo do sol, bem... É o sol. O céu bem azul, as nuvens. No tempo chuvoso, como agora, janeiro, e fevereiro, março, o chão molhado, poças de água, fico mais "frio".
Dia desses amanheceu nublado o dia, caminhei por lá, pela praça. Gosto mais de dias ensolarados.
Nela, praça, um monumento, é um homem, vulto da história nacional. Floriano Peixoto, corporificado numa estátua de bronze. Está sentado, mão esquerda apoiando o queixo.
Não estou a par do que ele fez pela nação, pelo nosso Brasil. Não li a biografia dele.
Deve ter feito coisa boa.
Floriano, lá, pensativo. Creio que o monumento tenha algo próximo do 60 anos. Às vezes vejo moradores de rua, sem-teto, cães, coisas do gênero, deitados, amanhecidos, ao lado do vulto nacional.
No Brasil inteiro temos moradores de rua, não só aqui, no mundo. Não conheço New York – não, mas lá também tem mendigos, miseráveis.
Alguns morando na Wall Street, onde tem dinheiro sobrando. Claro, os mendigos “moram” nas calçadas.
Voltando para a velha praça, a Floriano Peixoto...
E o cidadão de bronze ali, mesma posição, não sente calor, frio, não come. Nem poderia, pois é um mero monumento, uma estátua.
Pessoas passam por ele. Pombos voam, pousam próximo. Em tempo de política grupos vermelhos se concentram no local.
Se não me engano, em abril, integrantes do MST montam barracas, vendem seus produtos, fazem palestras – tudo ao ar livre.
Todos os anos eles, sem-terra, acampam no logradouro. Passei lá (abril de 2019), tomei dois sucos de cupuaçu.
A vida prossegue, “o baile não para”. O homem de bronze no mesmo lugar. Uns vão, outros voltam – e vice-versa.
Ao passar por ali me sinto assim, descontraído - e me renovo. E uma agradável sensação de liberdade.