A relação doentia do Sr. Cidadão com o Sr. Estado
As necessidades do Sr. Cidadão são muitas, por isso, desde que nasceu seus pais contrataram o Sr. Estado para ajudar a satisfazê-las.
O Sr. Estado é muito eclético e versátil, em outras palavras, é “pau para toda obra” e impressiona por isso, sendo então o indicado para auxiliar o Sr. Cidadão no dia a dia.
Porém o Sr. Estado tem uma disfunção cerebral séria. Ele acha que os recursos financeiros que o Sr. Cidadão cede a ele se tornam automaticamente sua propriedade. Dessa forma, ele atende primeiro suas necessidades e de seus familiares e só depois se dedica a prestar os serviços contratados com o Sr. Cidadão. E, para piorar a situação, como obviamente os recursos que sobram não são suficientes para cobrir o orçamento dos serviços previamente acordados, o Sr. Estado, com seu peculiar “caradurismo”, exige do Sr. Cidadão que cubra a diferença, numa rotina sem fim.
Por outro lado, o Sr. Cidadão que tem uma disfunção cerebral mais grave ainda e não sei porque ainda não foi internado, depois de algumas reclamações de que muitos serviços não estão sendo executados, eles são de má qualidade e caros, invariavelmente cede às exigências do Sr. Estado e mantém essa relação absurdamente absurda.
Os vizinhos assistem a essa comédia triste e costumam dizer que Sr Cidadão parece um marido traído que se recusa a aceitar o mau-caráter da esposa.