OS SERTÕES, EUCLIDES DA CUNHA
" ...Fechemos este livro.
Canudos não se rendeu.
Exemplo único em toda História,resistiu até ao esgotamento completo."...
(Página 463)
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..."Vimos como quem vinga uma montanha altíssima.No alto, a par de uma perspectiva maior, a vertigem..."...
(Página 463)
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...Uma megera assustadora, bruxa rebarbativa e magra - a velha mais hedionda talvez destes sertões - a única que alevantava a cabeça espalhando sobre os espectadores,como faúlhas, olhares ameaçadores:
e nervosa e agitante, ágil apesar da idade, tendo sobre as espáduas de todo despidas, emaranhados, os cabelos brancos e cheios de terra, - rompia em andar sacudido, pelos grupos miserandos, atraindo a atenção geral.
Tinha nos braços finos uma menina, neta, bisneta, tataraneta, talvez. E essa criança horrorizava. A sua face esquerda fora arrancada, havia tempos, por um estilhaço de granada; de sorte que os ossos dos maxilares se destacavam alvíssimos, entre os bordos vermelhos da ferida já cicatrizada...A face direita sorria.
E era apavorante aquele riso incompleto e dolorosíssimo aformoseando uma face e extinguindo-se repentinamente na outra, no vácuo de um *gilvaz."...
(Páginas 460/461)
*(ferimento).
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Transcrito de: Euclides da Cunha, Os Sertões.
Biblioteca Básica Brasileira
27@ Edição, 1963
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Euclides da Cunha escreveu duro, como é o sertão.
Até a beleza, a feiura, a singeleza e rudeza das paragens e das pessoas são por ele, matematicamente entrançadas e calculadas nas interações entre si.
Quem dera, nós pedíssemos perdão ao passado, escrevêssemos todos com respeito, História com H, lutássemos por nossas riquezas, minerais, industriais, agro-pecuárias, comerciais, morais, cívicas, financeiras e as honrássemos todos com dignidade, ofereceríamos aos brasileirinhos um belo futuro, uma linda e relevante História de Amor à Pátria.
Robertson