A COMPLEXIDADE DO CRISTIANISMO.JESUS CRISTO.

Querem as vozes roucas e pretendidas sábias anteverem o futuro e tornarem simples o que é sofisticado. Pulula como bactéria em variados sítios essa premissa vazia. Não ganham asas. Nem seria possível.

Por quê? Por impossibilidade de compreensão extensa deita verbos sem expressão alargada em terreno subjetivo.

Não que as pessoas em seus relicários de entendimento, sejam quais forem, cada um com suas equações em suas almas, pensamentos, não possam se apossar de uma forma ou de outra do que lhe é informado por seculares livros ou sabedoria humana em geral. Mas não se pode rotular de simples o que é sofisticado e assim se mostrou aos tempos.

Como disse o sábio Rabino Adin Steinsaltz em entrevista - a única pessoa que traduziu o Talmude - concedida à jornalista Leila Sterenber, sic:

“Perguntam-se coisas que, se você for sincero, responderá: “Como, meu Deus, eu vou saber?” Se você me perguntar qual é o destino da humanidade, eu não saberei responder. Se me perguntar o que acontecerá daqui a dois dias, como vou saber? Eu posso lhe responder as poucas coisas que sei. Eu não tento fazer da ciência uma espécie de deus pagão, eu estou fazendo bem à ciência, porque é isso que ela é.”

São as vazões calculadas da sabedoria, em contradita à simplificação do que é complexo. Assim, da mesma forma, não cai na vala comum, temas altamente sofisticados, embora ao alcance de todos em seus maiores aglomerados demográficos.

É assim o cristianismo. E confesso não absorver determinadas personagens que tocam as trombetas do cristianismo, e ter dificuldade de ouvir a maioria das prédicas. Mas lendo um livro que ganhei, vejo a privilegiada retórica do conhecido Padre Fábio de Melo, tecendo esgrima com Leandro Karnal. Um ateu, outro católico. Desinteressado do livro, ao início, folheei e surgiu como interessante.

“De vez em quando alguém me pergunta: como é o céu, Padre? Honestamente, eu respondo: Não sei querido, porque ainda não morri, estou na mesma situação que você”. Respondeu o Padre ao Leandro Karnal.

Se responde o óbvio, com a obviedade. Todos nós vivos, temos essa condição. Quando me perguntam isso, respondo com um popularesco chavão: “esse é o único barato que não tirei”. Ninguém sabe o que não sabe. Nesse plano aflora o empirismo. Por avenidas, ruas, vielas e becos de favela chega-se ao que pode cada um. Mas ninguém pode tornar simples o que é complexo, nem dizer do futuro o que nada sabe, as vezes e muito nem do presente. Ouça-se o rabino.

Todos os vivos estão no mesmo barco quanto a transcender. E ninguém quer embarcar no rio do inferno de Dante com Caronte, o barqueiro de Dante Alighieri no Rio do Inferno, o Aqueronte. E nem por isso deve escorregar nos desvãos da vida na incorreção, mas por viver pela e para a consciência limpa, com a paz cristã. Creio que aqui se paga uma boa parte da fatura. Isso só não enxerga aquele que anda à margem.

E no livro “Crer ou não Crer” em diálogos de alto nível, desponta: “ Eu atuo no espaço que posso, com aqueles que se dispõem a me ouvir. Há doze anos me apresento em um programa de televisão em que falo com as pessoas todas as quartas –feiras. Mas, como você mesmo disse, eu também acredito que esse cristianismo fecundo não é mesmo fácil de ser ASSIMILADO e vivido. Em muitos momentos de meu discurso você vai me encontrar dizendo isso. REQUER MATURIDADE ESPIRITUAL. A proposta DE JESUS NÃO É SIMPLES, É MUITO SOFISTICADA. O estatuto ético que se desdobra de Seus ensinamentos é exigente.É a busca pelas coisas “do alto”, ....empenho diário em vencer o adâmico que está em nós, assumindo a proposta de Jesus como regra de vida”. Diz Fábio de Melo.Caixa alta nossa.

A vida humana tem mostrado como é difícil viver a cristandade que anda na fala de qualquer um como uma folha ao vento, sem nenhuma assimilação ou repercussão.

Não é simples penetrar o ensinamento de Jesus, por isso se torna difícil praticar todos seus ensinamentos. E é complexo o que ensinou, tanto quanto difícil de praticar. Quem ousa dizer o contrário é cego, ou não pode assimilar ou mais um a referendar conceituações de Umberto Eco nas mídias sociais.

Celso Panza
Enviado por Celso Panza em 05/01/2020
Reeditado em 05/01/2020
Código do texto: T6834836
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