134 - Cento e Trinta e quatro
134 – Cento e Trinta e Quatro - Viveu todas as festas, todas as dores, muitos caminhos. Bebeu com o vinho a experiência e muitas vezes a chorou, se enredou nela, a cuspiu por venenosa. E cresceu o tanto que havia para crescer. Sobravam-lhe as canelas, os punhos a nu. Quando parou cresceu por dentro, aprendeu. Letras, desejos, tolerância, recomeços, amores, paixões. Quem o amou queria-o preso e o amor é liberdade, quem com ele ardeu queria-o até só haver cinzas e o fim da jornada fica logo ali ao dobrar da esquina se a esquina depois de dobrada não for outra recta lisa, encantada. O bom de viver é o mistério sobre o capítulo seguinte. Ouso, voo ou esborracho-me. Fico seguro, imóvel, sem sentir se decido ser pedra.
Edgardo Xavier.