TROPEIRA, FAZENDEIRA SP SÉC. XXI.
No tempo do café com leite, mineração, Minas e São Paulo eram parceiros na economia e na política. Século XIX.
Ramalho era tropeiro alugado, com uma pequena tropa de burros. Fazia carretos para um fazendeiro de Vale do Paraíba, Taubaté SP. Tinha dois ajudantes que, também eram tropeiros, mas alugados. Casado e com cinco filhos pequenos, três meninos e duas meninas. Viajava sempre sem descanso nem férias.
Pois ganhava pelo que produzia. 15 dias para ida e volta, de Taubaté até Andradas, Ouro Fino, Pico do Gavião, MG. Certo dia Ramalho caiu morto deu infarto, deixando mulher com filharada e a tropa parada. Regina sua mulher, pediu ao fazendeiro, que lhe desse o serviço que o marido fazia.
Inicialmente, o fazendeiro cismou, mas como era bom patrão; contratou Regina para tropear no mesmo caminho que Ramalho fazia. Ela continuou com os empregados, que já conheciam a estrada e eram de confiança do falecido marido.
Foram muitos anos, nessa lida vai e volta, pelo mesmo caminho, onde criou laços de amizade.
O fazendeiro ficou viúvo e casou com Regina. Ela já havia dado aos filhos boa formação. Dois engenheiros, um advogado, uma médica, uma professora.
Regina deixou a vida de tropeira e passou a ser fazendeira. Um bom exemplo de coragem e determinação. Porque não ficou só chorando foi à luta e Deus a ajudou. Seu novo marido, era um homem bom e só tinha dois filhos, que o ajudavam na fazenda; quase não estudaram. Os filhos de Regina eram bem mais preparados. De tropeira viúva, com filhos, passou a ser dona da Fazenda Aliança de Regina & Romão.
Mais um relato, da vida tropeira, esta do Sudeste.
ADÃO NHOZINHO