Ano 30

Em fevereiro ou março comemoro 30 anos de escrita. Tenho feito bons rascunhos (alguns até se tornaram livros...) desde o Ano Zero*.

Isso é deveras importante para mim. Representa uma grande parte de minha vida, sabe? Tem um valor altamente simbólico.

Simplificando ao máximo, eu diria que têm sido os trinta avos de segundo (sub specie aeternitatis) mais significativos em minha vida neste planeta.

Eu comecei por influência de Aristides Fraga Lima (via seus livros da Série Vaga-Lume), para reduzir ao máximo minha introdução.

As HQ tiveram, de igual modo, forte influência em minha escrita. E alguns livros de História Antiga também (Gilberto Cotrim foi um dos autores mais importantes nisso).

Nalgum momento de fevereiro ou março de 1990 eu me vi sentado naquele chão de tacos de meu quarto, debruçado sobre minha cama, escrevendo coisas sobre minha vida. Como um diário. Ali, naquela época, conheci, de vista, passeando pela Av. 9 de Julho, bem próxima de sua casa, "A Falecida". Com seu colete e sua calça de jeans azul. Ostentando suas louras madeixas de descendência polonesa, que mexiam-se com o vento. Ela me lembrava Sophie Ward, circa 1984, à época de "O Enigma da Pirâmide".

O Ano 30 (ou 2020), cuja soma é igual a 7 (número que marcou muito minha vida), traz exatamente o mesmo calendário do Ano 2 (1992) de meu Calendário Especial (ou Literário, como resolvi chamá-lo a partir de agora). São dados de altíssima coincidência simbólica -- minha idade soma 7 também nesse ano.

Nada posso fazer para conter as areias do tempo que escorrem pelas minhas mãos. Mas com o auxílio da caneta e do papel eu posso registrar eventos que eu julgo importantes para mim e como eu lido com eles.

O Ano 30 está aqui. É o fim de uma década. Diremos "adeus" a ele daqui a 365 dias.

Preciso fazer algo mais sólido esse ano. Talvez publicar a versão definitiva do "No. 1643" -- para que os verdadeiros interessados comecem a lê-lo sem cortes e com enredo linear. Diferentemente daquela versão que eu publiquei em 2016.

NOTA

Como me refiro pessoalmente ao ano de 1990. Quando ingressei no Ginasial (atual "Ensino Fundamental II") e a programação da TV e do Rádio era razoavelmente boa (vídeo clipes, música ainda sendo música etc.). Ano de Fundação do ser humano que sou hoje.