O “muro de Berlim” na política nacional
No dia 9 de Novembro, foi comemorado os 30 anos do início da queda do Muro de Berlim. O principal símbolo da divisão política e ideológica do mundo desde a Guerra Fria até então, começava a cair, abrindo espaço para o fim das divisões da Cortina de Ferro entre capitalistas e comunistas. O muro físico caiu para os alemães e serviu de marco principal para a reunificação do país quase um ano depois.
Passados 30 anos desse marco importante, ainda vemos focos da divisão entre ideologias ainda acesos e despejando ódio em todo o mundo, mas no Brasil, vemos esse exemplo claro e constante. Nos últimos anos, vivemos uma situação política bastante delicada e conturbada, marcada por uma série de escândalos de corrupção, protestos, insatisfação do povo, impeachment, etc. Lendo vários comentários em redes sociais, muitos ainda espalham falsas notícias, endeusam políticos, defendem ideologias e atacam quem tem opinião contrária.
Há quem defenda a ideia ridícula de criação de um muro dividindo o Brasil entre a “esquerda” e a “direita”, separando o Norte/Nordeste do Sul e Sudeste.
Porém, vivemos separados por um “muro de Berlim”, porém fictício. Um muro psicológico, onde o concreto é o ódio destilado de ambos os lados. Dentro de cada um, esse muro nos subdivide, separando e afastando de quem é contrário ao seu posicionamento político, até mesmo de quem não tenha um lado. Famílias sendo separadas, amigos rompendo laços de anos por divergências, relacionamentos acabando por ideologias furadas... Tudo por causa de política que, em muitos dos casos, favorecem aos próprios políticos, deixando o povo à mercê do sofrimento e gerando brigas desnecessárias.
O muro de Berlim foi derrubado. A Europa se livrou de um mal que a assolava desde o fim da Segunda Guerra. Apesar de ainda existir alguns casos isolados, mudou muita coisa de lá pra cá. Precisamos, assim como os alemães, nos unirmos em torno de um objetivo e derrubar esse muro que nos separa do próximo. Um muro sem blocos nem concreto, mas que cada vez mais polariza e divide o país e as pessoas. E as nossas ferramentas precisam ser o respeito às opiniões e a empatia. É necessária a união entre lados para o país ir para a frente.
Discordar de opiniões/atitudes de governantes e protestar por eles, faz parte da democracia. O que não pode acontecer é se odiar por uma visão diferente, mesmo que não seja a certa, além de se usar de protestos para causar mais discórdia e violência. Esse é o desafio maior para podermos viver em paz e, quem sabe, almejar por um futuro melhor para um Brasil que vive de incertezas.