A POBREZA INTERIOR TRAZ SOFRIMENTO.

Nossa felicidade não está nos outros,mas em nós. É preciso que haja essa consciência. Realismo insubstituível.

É surpreendente, mas a felicidade de alguns está no vizinho, nos outros. E muitos não percebem ou negam essa verdade. Ela se prova pelo processo de imitação para o qual o “fashion”, perseguido e conhecido, demonstra. Sinal dos tempos.

A realização do ser humano está no vizinho, nos outros, no desconhecido, em outra pessoa e não na própria pessoa. Por quê? Porque na cabeça dos outros e não no interior do ser humano está sua possível felicidade, ainda que um bem relativo?

Qual a razão de sua mente ser guiada pelo reconhecimento alheio do que você tem ou não, possa ter ou vir a ter, de suas posses, seus bens havidos, posição social? Esse o motivo de inveja dos pobres de espírito, do que os outros têm. O vizinho e tudo que seja visível em qualquer lugar. Até em um carro que para em um restaurante ou trafega na rua.

Viver a vida plenamente, com prazeres físicos e materiais desfrutados, jovem ou idoso, também traz esse sentimento. Causar inveja e ser padrão de imitação é o foco daqueles que miram os outros e não vivem seu patrimônio pessoal, físico e anímico, tenha a proporção que tiver. Mas é melhor ter grandeza interior e diminuição em valores materiais do que baixeza de alma e significantes valores de mercado.

Exclusivamente os pouco dotados de amplidão espiritual interior têm esses laivos da menoridade da inteligência. Fica claro essa alheta.

A falta de estrutura em maior contingente humano habita essa infeliz motivação. E anda pelo mundo massivamente. É a violenta destruição da personalidade integralmente, por toda uma vida. Um vazio de conteúdo, um interior desertificado.

Quem tem vida interior de nada mais precisa. Só de suas realizações, sejam quais forem, que trazem a paz espiritual. Desnecessita mirar exterioridades “dos outros”.

Nasce o desrespeito ao próximo quando não respeitamos a nós mesmos.

Minha felicidade não mora na casa alheia, para que todos reconheçam e vejam meu avanço na conquista da prosperidade, inexistente as vezes, forçada a custo de dívidas insolúveis, tornadas insolventes no futuro. Hoje mostram essa certeza as famosas bolhas, inclusive nos países mais ricos. São as bolhas nascidas da neutralidade de vivermos o que somos.

Falso, mítico e destrutivo esse grande objetivo. Perder a identidade.

Assistimos todos essa corrida, muitos deixando de ter o que podem adquirir, até mesmo o que desejam, para não parecer exibição, bens de valor que pouquíssimos podem ter. Isso para não se exporem nesse universo configurado de desproporção. A futilidade de motivos traduzida, conhecida , gerando inclusive violência;o fenômeno entre causa e efeito.

Assiste-se pesaroso, o paradigma que desnivela a sociedade e a faz sofrer. Triste, mas veraz....

Aliado a tanto, nada temos com a vida dos outros, com seus padrões. Somente deve nos interessar o que não conflite com a liberdade de cada um de fazer o que entende devido até os limites legais.

Em nosso interior e não na cabeça dos outros está nossa felicidade. Lugar pequeno a cabeça dos outros para que lá esteja nossa felicidade.

Recolha-se a censura à insignificância do alcance que a história faz sepultar. Nossa vida não está ancorada na dos outros, até por não ter se originado nos outros.

O pecado de aparecer consume além dos ganhos idealizados. Nós somos parte do todo e por ele temos responsabilidades, ao menos crítica.

Que exista a consciência que nossa vida é só nossa, e deve ser vivida em seus limites concedidos pela natureza e pelo que se conquistou com esforço ou não se conseguiu por negligência ou inércia de meios. É somente assumindo o “como somos”, que evitaremos o “como são” os outros e queríamos ser “como os outros”. Nossas almas são estranhas. Não existem duas almas iguais, pensamentos iguais, somente paralelas que podem se afinar, para viver uma consciência pacificada, e um interior sem aflições, ansiedades, ganâncias, e assim mais rico.

Celso Panza
Enviado por Celso Panza em 31/12/2019
Reeditado em 31/12/2019
Código do texto: T6831010
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